Veja o golo. Catalães lideram o Grupo H da Liga dos Campeões com seis pontos, mais três do que os dragões e o Shakhtar.
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A primeira parte corria bem ao FC Porto. Atacava, controlava, defendia sem sobressaltos e já via o intervalo com alguma tranquilidade. Ia trocando a bola entre centrais e médios, até que um dos passes não saiu. Ou melhor, saiu, mas não com a força de que a bola precisava para chegar a Fábio Cardoso. Gündogan, que já ainda nisto há uns anos e por acaso até é atual detentor da Liga dos Campeões, não perdoou. Assistiu Ferran Torres e este tratou de fazer o único golo com que o Barcelona venceu, esta noite, no Porto. Romário Baró nem quis ver.
Com este resultado, os catalães somam seis pontos no Grupo H e lideram-no com mais três do que o FC Porto e o Shakhtar, com o Antwerp relegado para último lugar com zero pontos.
A jogar em casa, foi sem medo de assumir o jogo que o FC Porto entrou em campo e, aos dez minutos, já somava um par de incursões, ainda que mal resolvidas, na grande área dos catalães. Galeno e Pepê cedo ganharam dimensão, tanto que Cancelo viu cartão amarelo logo aos 13' depois de o extremo luso-brasileiro lhe ter escapado à marcação. Já perto dos 20', com o mesmo ímpeto portista, pediu-se penálti no Dragão após Taremi cair na grande área.
E se o FC Porto ia controlando, dentro do possível, um jogo contra o Barcelona, quase se descontrolou quando, perto da meia hora, Fábio Cardoso teve de entrar de carrinho sobre Koundé para impedir o francês de fugir, sozinho, pelo relvado fora. O central português viu o amarelo e o Ronald Araujo viu um igual, isto por ter ido ter a correr com Anthony Taylor para lhe pedir que amarelasse Fábio Cardoso. Como o árbitro inglês não estava para ouvir pedidos, fez questão de devolver o troco e estendeu-o o Xavi, no banco dos blaugranas, que também tinha tirado senha.
Para o banco - e não ao banco - foi também logo a seguir Lewandowski, que ficou tocado depois de um lance com David Carmo e teve de sair para dar o lugar a Ferran Torres. E o jogo voltava a aquecer. Romário Baró fazia um túnel a Oriol Romeu. Galeno e Wendell iam baralhando Cancelo, Taremi aproximava-se outra vez do golo. Personalidade não faltava no Dragão. Mas faltou concentração.
Romário Baró conseguiu estragar, num único passe, toda a primeira parte que o FC Porto tinha feito. O médio português mediu muito mal um passe atrasado para Fábio Cardoso e acabou por lançar Gündogan no espaço. O alemão conduziu até perto da grande área, entregou a Ferran Torres e este finalizou para o 1-0 no Dragão.
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Sérgio Conceição saiu instantaneamente para o balneário, Romário Baró levou as mãos à cara e Anthony Taylor apitou para o intervalo. Tudo fazia adivinhar uma dura conversa ao intervalo no balneário portista. E qual quer que ela tenha sido, não tirou o tapete a Baró, que voltou ao relvado para a segunda parte.
Quem quase tirou o tapete a alguém acabou por ser Koundé, que viu Pepê fugir-lhe nas costas e isolar-se em direção à baliza. Só que o francês, conhecido pelo porte atlético, não se fez rogado: não largou o brasileiro, perseguiu-o até à tentativa de remate e, com um corte in extremis, secou ali o ataque portista. Se tivesse falhado, não só fazia penálti como via o segundo amarelo e deixaria o Barcelona a jogar com dez.
Só que o susto marcou Sérgio Conceição, que ainda assim escolheu responder com mais ataque. Prescindiu de Romário Baró - que saiu aplaudido, quase que perdoado pelo erro - e deu lugar a Evanilson, que foi juntar-se a Taremi lá na frente. E dos aplausos o Dragão foi aos apupos e assobiadela quando Xavi fez sair Félix aos 68': o português bateu palmas aos adeptos catalães, Anthony Taylor lá lhe foi pedindo que saísse, e o avançado deu o lugar a Fermin Lopez. Oriol Romeu também saiu para a entrada de Sergi Roberto.
E, de repente, eram dez. Yamal precisou de ir ao balneário em pleno jogo e, durante alguns minutos, deixou o Barcelona a jogar com dez em pleno Dragão. Primeiro saiu um membro da equipa técnica dos catalães, depois um segundo, ambos com intenção de ir ver o que se passava. Já não voltou e, portanto, não viu Cancelo quase cometer penálti por mão na bola num lance com Eustáquio: inicialmente pediu-se castigo máximo no dragão, mas Anthony Taylor foi ver as imagens e acabou por perceber que houve mão, sim, mas do portista.
Se o VAR tinha aquecido, com o lance anterior, mais aqueceu logo na jogada seguinte: Pepê descobriu Taremi nas costas da defesa catalã, picou-lhe a bola e o iraniano puxou dos galões ao rematar de primeira e de bicicleta para o fundo das redes. O Dragão bem festejou, mas o remate foi anulado por fora de jogo. E o Barcelona já viu esta jogada com Marcos Alonso em campo, que tinha entrado para o lugar do "desaparecido" Yamal. No FC Porto, foram lançados Namaso, Nico, Iván Jaime e Francisco Conceição para os lugares de João Mário, Taremi, Galeno e Varela.
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Já com o FC Porto a carburar praticamente só com tração à frente, Gavi sacrificou-se ao agarrar-se à camisola de Wendell e viu o segundo amarelo, deixando o Barcelona a jogar com dez durante quase todos os seis minutos de compensação.
Onze do FC Porto: Diogo Costa, João Mário, Fábio Cardoso, David Carmo, Wendell, Varela, Eustáquio, Romário Baró, Pepê, Galeno e Taremi
Onze do Barcelona: Ter Stegen, Cancelo, Koundé, Ronald Araujo, Balde, Oriol Romeu, Gavi, Gündogan, João Félix, Yamal e Lewandowski
O jogo foi arbitrado pelo inglês Anthony Taylor, auxiliado pelos compatriotas Gary Beswick e Adam Nunn. No VAR esteve Stuart Attwell.
Suplentes do FC Porto: Cláudio Ramos, Grujic, Francisco Conceição, Sánchez, Nico, Jaime, Namaso, André Franco, Fran Navarro, Toni Martínez, Evanilson e Gonçalo Borges
Suplentes do Barcelona: Iñaki Peña, Astralaga, Iñigo Martínez, Ferran Torres, Christensen, Alonso, Sergi Roberto, Casado e Lopez