Pinto da Costa lamenta desacatos na AG e explica porque não interveio: "Não sou segurança"

O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, lamentou esta terça-feira os desacatos ocorridos na assembleia-geral do clube e explica porque não interveio para acalmar os ânimos.

"Não me competia a mim. A condução dos trabalhos cabe ao presidente da mesa da assembleia-geral. Quando as pessoas entram em zaragata não me compete ir separá-las, não sou segurança", disse o líder portista em entrevista à SIC, revelando que deu a opinião de que a reunião deveria terminar por ali.

Para o presidente do FC Porto, os problemas começaram antes: "Houve, através das redes sociais, incitamento para que as pessoas viessem em grupo e filmassem tudo."

Pinto da Costa lamenta "tudo o que aconteceu" e garante que já foram tomadas "todas as providências para que não volte a acontecer", explicando que há dois inquéritos a recorrer, um do Ministério Público e outro interno do clube: "Temos de aguardar."

O presidente do FC Porto esclarece que a assembleia-geral extraordinária teve "uma frequência anormal" e teve de ser movida "para o pavilhão" que era "a última hipótese".

O líder portista descreveu os acontecimentos: "Eu falei tranquilamente sem ser interrompido, propus votar contra três artigos e não houve problema. Miguel Brás Cunha e Hugo Nunes falaram sem problemas, e quando começou o Henrique, meu amigo, é que começaram os problemas."

"Foi uma noite má. Todas as noites que o FC Porto não ganha, são más noites. Em termos de AG, já vi muitas coisas. Foi uma noite má", disse o líder portista, advertindo que para alguns "foi um forrobodó".

Sobre a alteração estatutária, Pinto da Costa reflete sobre as propostas, nomeadamente do prazo das eleições de estender até junho, explicando que era contra a alteração, bem como o era relativamente à alteração do número de anos de associado sénior que um sócio deveria ter para votar.

"Eu votei contra isso e até disse que não fazia sentido impedir que alguém com 18 anos não pudesse votar no FC Porto quando pode votar no PR. Votei contra isso", revela.

Questionado sobre a possível renovação de Sérgio Conceição, Pinto da Costa questiona: "Acha que algum treinador se vai comprometer sem saber com quem vai trabalhar?"

O presidente portista esclarece que a relação da direção com os Super Dragões, claque do FC Porto, "é normal".

Pinto da Costa descreve a relação que tem com André Villas-Boas: "Desde que ele saiu do FC Porto, se falei com ele três vezes..."

Pinto da Costa recusou confirmar se será ou não candidato às eleições portistas agendadas para abril, mas deixou uma promessa para antes disso: "O objetivo é apresentar contas positivas e os capitais próprios positivos em dezembro."

"Os capitais próprios e as contas negativas que foram apresentadas foram calculadas de forma a que em dezembro as contas sejam positivas e os capitais próprios, se não forem positivos, estejam perto disso", complementa.

O líder portista garante que os objetivos portistas também são desportivos e deixa uma alfinetada ao Benfica: "Outros venderam jogadores, receberam dinheiro e quantos pontos têm na Champions? Não vale a pena contar, porque é zero."

Pinto da Costa revela que há vários investimentos a surgir no clube que irão render dinheiro mais à frente, dando o exemplo do acordo feito com uma empresa norte-americana "que vai fazer intervenções no Estádio do Dragão" e ainda pagou ao clube e vai retirar dividendos da exploração dos espaços dentro do estádio. De fora ficou o naming do recinto que, segundo o presidente do FC Porto, valerá cinco a seis milhões de euros aos dragões.

Questionado sobre se está prevista a entrada de investidores na SAD do FC Porto, Pinto da Costa é taxativo: "Neste momento, não (...) Já garanti que o FC Porto nunca perderá a maioria da SAD."

No final, o presidente do FC Porto respondeu a Frederico Varandas. "Fiquei muito contente por ver que um presidente de um clube rival está muito interessado na minha saída. É uma medalha para mim", atirou.