"Nulidade da AG seria única forma de Bruno de Carvalho voltar a ser presidente"
Com as posições extremadas entre Bruno de Carvalho e a comissão de gestão do Sporting, afinal o que diz o direito desportivo sobre a atual situação? Lúcio Correia, professor de direito do desporto, foi ouvido pela TSF e deixou-nos a sua opinião.
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Lúcio Correia, professor de direito do desporto, considera que Bruno de Carvalho está errado na posição que assume em retomar a presidência do clube. O "alegado" ex-presidente leonino afirma que a decisão do tribunal em aceitar a providência cautelar suspendeu os efeitos da assembleia geral destitutiva que o afastou da liderança do clube.
Em declarações à TSF, esta sexta-feira, Lúcio Correia foi perentório: " Quem diz que por força da decisão há uma anulação dos efeitos da decisão, e depois vem dizer que foi impedido de tomar posse, está a ser no mínimo incoerente."
O especialista nestas matérias afirma que apesar de tudo se manter em suspenso, não existe ainda uma decisão final sobre a providência interposta, ou seja, "não é por ter existido uma aceitação por parte do tribunal que tudo volta à estaca zero", apenas o clube foi citado para se opor.
Avança ainda que o prazo irá decorrer para o clube se pronunciar quanto a esta matéria e só depois irá existir uma decisão quanto à pretensão de Bruno de Carvalho ou da atual comissão de gestão do Sporting.
No entanto, ainda não são conhecidos os contornos e até "as eventuais ilegalidades ou nulidades" que foram suscitadas por Bruno de Carvalho, na tal providência cautelar, assim como as intenções inerentes.
O académico relembra ainda que o ex-presidente já se encontrava suspenso de funções quando foi negada a sua candidatura e que, a acrescentar, tomou parte da assembleia geral votando. É do domínio público, por várias vezes repetido pelo próprio, que não impugnaria ou contestaria os resultados dessa mesma assembleia.
Termina dizendo que a anulabilidade da assembleia realizada dia 23 de Junho, só levaria à repetição da mesma e jamais à tomada de posse enquanto titular daquele lugar especial.
Toda esta informação e todos os factos são de muita relevância para o tribunal apurar.