O conselho de Mourinho a Banjaqui, o sonho de Romário e a confiança de Quintas: sub-17 em busca do Mundial

Reprodução Twitter/FPF
O Mundial de sub-17 começa esta segunda-feira no Catar e Portugal vai tentar fazer história, depois de ter conquistado o campeonato da Europa. A TSF falou com os protagonistas, que querem fazer história
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Na Cidade do Futebol, em Oeiras, respira-se tranquilidade e confiança. Os sub-17 estiveram concentrados, antes da partida para o Catar, e fizeram três jogos de preparação para o Mundial: uma vitória, frente à Irlanda do Norte, e duas derrotas, com os Estados Unidos e Escócia. Apesar de levarem consigo o título de campeões europeus, os resultados são sinais dos pontos que têm de ser trabalhados e que nada está ganho à partida. Mas a confiança está lá e foi isso que Rafael Quintas, Daniel Banjaqui e Romário Cunha demonstraram em conversa com a TSF.
O capitão da seleção e médio do Benfica foi o primeiro a sentar-se à conversa connosco. Considerado o melhor jogador do europeu sub-17, neste verão, Rafael Quintas não se escuda nesse título: "É fundamental os erros acontecerem agora, nesta fase de preparação, porque no Mundial não vamos ter abébias e vão ser jogos sempre muito difíceis. Acho que é importante esta preparação ter corrido como correu, não tão bem como esperávamos, mas ao mesmo tempo não muito mal."
Confiante naquilo que a seleção pode fazer, sabe dos perigos que Marrocos e Japão representam e, por isso, coloca importância no jogo de estreia frente à Nova Caledónia, sempre com respeito pelo adversário: "Temos de manter a humildade com todas as equipas até porque não vai ser esse jogo que vai decidir tudo no grupo até porque se ganharmos os três jogos passamos automaticamente. Mas sim, temos de manter a humildade, não podemos sobrevalorizar-nos e temos que manter o nosso nível e jogar o nosso futebol nesse jogo."
Quintas, no Benfica, é apontado como uma das esperanças para o futuro do meio-campo encarnado. O médio de 17 anos, que tem como referências Matic e Enzo Fernandez, joga nos sub-23 com regularidade, mas o sonho é de ser treinado por José Mourinho na equipa principal. "É sempre bom ter essa motivação de que chegando à equipa o treinador é o José Mourinho porque é um senhor que vive o futebol, tem muitos anos de futebol e conhece muito melhor isto do que eu. Já me cruzei com ele no Benfica Campus, não trocávamos nenhuma palavra, mas vejo que é um homem que impõe respeito no Benfica e acho que em todo o lado do mundo. Quando essa chamada chegar, a oportunidade chegar, vou estar lá e vou dar o meu melhor", garante à TSF.
Quem também já se cruzou com Mourinho nos corredores do Benfica Campus, no Seixal, foi Daniel Banjaqui. O lateral-direito destes sub-17, que já jogou na equipa B dos encarnados, conta à TSF, no meio de um sorriso envergonhado, o conselho que o treinador português lhe deu: "Nunca pensei, alguma vez, em ter o José Mourinho no Benfica. Se algum dia for treinado por ele, acho que vai ser bastante bom. Só me cruzei com ele uma vez, antes de ir para a escola, disse-me para eu ir estudar. Espero que um dia me chame para treinar."
O lateral revê-se no jogo de Nuno Mendes e de João Cancelo e ficou muito feliz por ver Salvador Blopa brilhar ao serviço da equipa principal do Sporting. "É sempre bom ver um miúdo da minha idade (um ano mais velho) ter uma estreia de sonho", mas Banjaqui está a fazer o seu percurso passo a passo: "Estar a experienciar outras competições, na Segunda Liga onde há mais experiência e é mais difícil, nos sub-23 também, jogamos com alguns mais velhos, e acho que é bom para o meu desenvolvimento."
No Mundial, Banjaqui está avisado para a qualidade dos adversários, mas está confiante com a qualidade do grupo português. "Já enfrentámos o Japão num torneio, já sabemos como é que eles jogam, com Marrocos nunca jogámos, mais que é uma seleção bastante difícil, a Nova Caledónia vai-nos criar bastante dificuldades porque não sabemos como é que vão jogar", reconhece.
A proteger a baliza nacional vai estar uma das grandes promessas das camadas jovens portuguesas. Romário Cunha é o último jogador a falar com a TSF. Alto e sorridente, está habituado aos grandes palcos com a responsabilidade de defender a baliza do SC Braga na Liga Revelação. Acredita que isso pode ser uma mais valia no Catar: "Estar acima, jogar com os jogadores mais velhos, traz muita experiência. Diariamente eu treino em contextos muito bons para mim, que o clube me está a proporcionar e a ajudar. Jogo sempre com jogadores quatro, cinco anos mais velhos do que eu. E eu tenho de estar sempre muito concentrado, muito focado, porque sendo o mais novo da equipa tenho de estar sempre sobre alerta".
Romário Cunha destacou-se no europeu sub-17 e, este ano, está a aprender com os melhores. No SC Braga tem treinado com a equipa principal e agradece a Lukas Hornicek os conselhos que tem recebido. "O Lucas é uma pessoa que está sempre muito disposto a ajudar-me. É uma pessoa que fala comigo. Mesmo em questão de treino, o Lucas está sempre a ajudar-me nos meus pontos menos bons, ele explica-me as coisas. Está sempre atento ao que eu estou a fazer para me corrigir", assinala.
No Catar, Portugal chega com a responsabilidade de ter conquistado o título europeu neste verão, mas isso não assusta Romário Cunha: "O nosso favoritismo pode ser criado por nós próprios a partir do primeiro minuto que vamos jogar contra Nova Caledónia. Aí, sim, nós podemos criar o nosso favoritismo, podemos marcar uma presença muito forte para todos que estão nos a ver e que estão ansiosos de jogar contra nós. Estamos preparados para isso e esperamos seriamente dar uma grande resposta por parte de todos", assegura.
