Rafael Reis venceu o prólogo. Para os ciclistas, esta é uma volta com muitas limitações.
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Há 42 páginas de regras para ler antes de sair para a estrada. O regulamento da Volta a Portugal faz adivinhar uma volta diferente, lembra o diretor da prova Joaquim Gomes. A distância para o público é promovida pela segurança apertada antes do prólogo em Lisboa. Será assim também nas partidas e chegadas noutros locais. As imagens de aglomeração de público nas provas de Itália ou Espanha não se podem repetir, avisa Joaquim Gomes.
"Há duas zonas distintas: a primeira é de isolamento quase total. Ciclistas, staff, policiamento que assegura a segurança da caravana. A nossa vida nas próximas semanas será qualquer coisa como: hotel, pequeno-almoço, corrida, hotel. Infelizmente ainda não será em 2021 que vamos voltar a ter aquele convívio habitual na prova." Já a segunda está reservada a outros elementos da organização, nela circulam os jornalistas, sempre à distância.
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Com dezenas de turistas em ritmo de passeio na zona ribeirinha de Lisboa, quatro horas antes da partida oficial, dois ciclistas bascos da Euskadi comem à sombra, junto ao autocarro da equipa. Estão ali ao lado as peças que compõem as bicicletas da equipa basca. Passam por eles os técnicos da Movistar com bicicletas azuis e negras pela mão. São baixas, não chegam à cintura sequer, pequenas naves, para fazer brilhar os jovens que a equipa do World Tour - a "Liga dos Campeões" do ciclismo - traz a Portugal neste regresso à volta portuguesa.
Junto ao autocarro azul e branco da W52 FC Porto fazem-se os últimos ajustes nas rodas, dianteira e traseira. O autocarro da equipa tem um enorme protetor contra a luz solar. Está calor neste prólogo, 27 ºC. Também há vento. Que o diga Stephan Basset, o francês, primeiro a cair nesta volta. Basset perseguia uma boa marca nos 5,4 km do prólogo, caiu na última das poucas curvas do prólogo lisboeta.
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"Nestes 5,4 quilómetros podemos ver já algumas diferenças interessantes - 10 ou 15 segundos - que não são desprevisiveis para os candidatos", comenta Joaquim Gomes.
"É a partir de amanhã que vamos começar a folhear este livro, aquilo a que chamo 'o jogo da glória'. Uma aventura enorme, onde todas as apostas acabam muitas vezes por cair por terra", explica o antigo ciclista, agora diretor da Volta a Portugal.