Paulo Bento recusa dizer se Ronaldo pediu para ser o último a marcar os penaltis
O selecionador nacional, Paulo Bento, recusou dizer, esta noite, se Cristiano Ronaldo pediu para ser o último a marcar nas grandes penalidades frente à Espanha, nas meias-finais do Euro2012.
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«Não vou confirmar nem desmentir se o Cristiano Ronaldo me pediu para ser o último a marcar o penalti. A escolha teve a ver com a estratégia delineada, a forma como o jogo decorreu e com o adversário», disse Paulo Bento, em entrevista à RTP1, quando questionado se a ordem definida para a cobranças das grandes penalidades no jogo das meias-finais com a Espanha.
O selecionador lembrou que Cristiano Ronaldo «foi o primeiro a bater e falhou» na série de penáltis que decidiu a meia final da Liga dos Campeões entre o Real Madrid e o Bayern de Munique e que na final da mesma competição entre o Manchester United e o Chelsea «falhou igualmente, tendo sido o último a bater».
O jornalista contrapôs que, no Mundial 2006, Cristiano Ronaldo foi o último a marcar na série de grandes penalidades frente à Inglaterra, nos quartos de final, e que acertou, mas Paulo Bento replicou que «é fácil agora dizer que se faria diferente ou tentar justificar a eliminação com a Espanha com a ordem dos marcadores de penaltis».
De resto, Bento destacou a importância do «sentimento dos jogadores» nesses momentos de tensão e responsabilidade, dando o exemplo de situações que viveu em que alguns dos seus comandados lhe pediram para «não serem um dos cinco primeiros a marcarem por não se sentirem confiantes».
«Posso também argumentar que podíamos ter chegado ao último penalti com o nosso melhor especialista para o bater», referiu Paulo Bento, para quem «nada garante que não sucedesse o mesmo» que sucedeu nos penaltis da meia-final da Liga dos Campeões, entre o Real Madrid e o Bayern, quando Cristiano Ronaldo permitiu que Manuel Neuer defendesse.
Analisando o desempenho do capitão da seleção nacional, Paulo Bento considerou-o «bom dentro da dinâmica coletiva da equipa» e reafirmou a ideia de que «não se pode pretender que Ronaldo resolva todos os problemas», até porque «é humano», independentemente de achar que «merece ganhar a Bola de Ouro, sem precisar do Euro 2012 para isso».
Paulo Bento defendeu a necessidade de «criar condições para a seleção ganhar quando Ronaldo não estivesse nos melhores dias», tal como aconteceu na partida com a Dinamarca, considerando, todavia, que «não fez um mau jogo", e que "apenas teve duas oportunidades para resolver e que ficou marcado por isso».
Sobre as capacidades de liderança de Ronaldo como capitão, elogiou os seus «elevados níveis de profissionalismo», que provou na concentração, em cada treino diariamente, defendendo a ideia de que «todos os colegas se reveem nele como líder».