Paulo Fonseca apela a SC Braga e Benfica para que não vendam jogadores a clubes russos
Treinador de 50 anos pede aos clubes que sigam o exemplo do Sassuolo, que há duas semanas recusou vender um jogador ao Spartak Moscovo por "razões éticas".
Corpo do artigo
O treinador português Paulo Fonseca, atualmente a orientar os franceses do Lille, apelou este domingo ao SC Braga e ao Benfica par a que não vendam jogadores a clubes russos, num momento em que o país pode ser o destino dos jogadores Tormena e Chiquinho.
Num comunicado divulgado na rede social X (novo nome do Twitter), o técnico diz não querer acreditar que os clubes estejam a considerar levar estes negócios avante, tanto porque as águias têm "de forma exemplar desenvolvido campanhas de ajuda á Ucrânia desde o início da guerra", como porque os arsenalistas são comandados "por pessoas sensíveis e com corações enormes".
1690765788834140160
Paulo Fonseca, de 50 anos alerta até que, se Benfica e Braga fecharem negócios com clubes russos, "esse dinheiro virá a pingar com o sangue das crianças que morrem todos os dias na Ucrânia. E muitas dessas crianças amavam o futebol".
Na mesma mensagem, nota que apesar da passagem do tempo e de "as pessoas nas suas casas" tenderem a "já não ouvir muito as notícias relacionadas com a guerra na Ucrânia", a Rússia "continua a matar pessoas e principalmente crianças inocentes, se calhar algumas delas em casa enquanto assistem a algum jogo de futebol".
O exemplo italiano
"Há duas semanas atrás, um clube Russo tentou comprar o Rogério, defesa esquerdo do Sassuolo. O clube Italiano recusou-se a entrar em negociações e afirmou que por questões éticas relacionadas com a guerra jamais o faria. Fiquei orgulhosamente a pensar que o "meu mundo" continua a ser um exemplo", escreve Paulo Fonseca, deixando o apelo aos portugueses de "seguirem o exemplo do clube italiano".
Citado pela Gazzetta dello Sport, o CEO do Sassuolo, Giovanni Carnevali, citou "razões éticas" para não fechar negócio com o Spartak Moscovo pelo defesa brasileiro. "Por razões éticas não queremos fazer acordos com clubes russos. Queremos que seja a consciência a prevalecer, não fazendo negócios com certos países. E sim, a ponto de podermos perdê-lo por nada", admitiu então sobre o jogador que entrou no último ano de contrato.
Chiquinho, médio português do Benfica, tem sido alvo de interesse por parte do Dínamo de Moscovo e do CSKA de Moscovo, adianta a imprensa desportiva portuguesa.
Já Tormena, defesa brasileiro do SC Braga, terá já aceitado uma proposta para jogar nos russos dos Krasnodar, escreve o jornal A Bola, faltando o acordo entre russos e arsenalistas.
Contactado pela TSF, o treinador disse não ter mais nada a acrescentar à mensagem que divulgou.