O erro está caríssimo e Galeno faz questão de cobrar. FC Porto vence a Taça de Portugal
Veja os golos. Dragões conquistam o troféu pela 19.ª vez, a segunda consecutiva.
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O FC Porto venceu este domingo o SC Braga por 2-0 no Estádio Nacional, no Jamor, e conquistou a Taça de Portugal pela 19.ª vez num jogo em que ambas as equipas acabaram reduzidas a dez jogadores, com expulsões de Wendell e Niakaté.
Depois de uma primeira parte de grande controlo do jogo por parte do FC Porto, mas sem golos, foi a velocidade de Galeno que desbloqueou tudo. Em duas arrancadas que são gémeas, o extremo criou duas jogadas de golo: uma foi concluída por André Horta na própria baliza, a outra sorriu a Otávio.
Sem poder contar com João Mário, Sérgio Conceição optou por lançar Pepê do lado direito da defesa portista, apostando numa dupla de médios composta por Eustáquio e Uribe. Do lado bracarense, Artur Jorge viu Tormena e Borja recuperarem a tempo do jogo, pelo que os lançou na equipa inicial.
E foi bastante cedo que o técnico arsenalista sentiu calafrios: o primeiro logo aos três minutos, quando Abel Ruiz teve de ser assistido após um pisão de Pepe que o deixou no relvado. Depois, quando Evanilson conseguiu virar-se para a baliza já na grande área do SC Braga, tendo o guarda-redes Matheus resolvido a questão.
Os primeiros 20 minutos do jogo foram praticamente para esquecer por parte do SC Braga. Com apenas uma jogada de perigo real para a baliza do FC Porto, os bracarenses iam tentando travar, como lhes era possível, as iniciativas azuis e brancas. E se não eram os quatro defesas, era Matheus chamado a resolver.
Se aos 20', negou Evanilson, antes quase foi surpreendido por Uribe que, do meio-campo, encheu-se de fé e fez a bola rasar o ângulo superior da baliza bracarense. Aos 30', novamente uma ameaça chamada Evanilson, mas desta vez o assunto não teve de chegar às mãos de Matheus: Tormena correu atrás do avançado e conseguiu evitar o remate já à entrada da pequena área.
O guarda-redes brasileiro voltou a brilhar aos 35' quando defendeu um remate na passada de Pepe, após cruzamento a partir do lado direito. A jogada acabou anulada por fora de jogo, mas serviu para mostrar - a quem ainda não o tivesse percebido - que Matheus era uma autêntica parede.
O outro protagonista da tarde até então, Evanilson, acabou por ser vítima do seu sucesso: aos 40' ressentiu-se de uma lesão, caiu no relvado, foi assistido e já não voltou a entrar. Conceição lançou Toni Martínez.
A segunda parte do jogo no Jamor começou com um SC Braga a querer mostrar algo diferente: aos 50', já Bruma andava a fazer das suas sobre a esquerda e, embora não tenha sido grande o perigo, era de assinalar que a bola andasse perto da baliza de Cláudio Ramos. Só que foi sol de pouca dura.
Aos 53', Galeno surgiu sozinho sobre a esquerda e fez um passe de morte para a boca da baliza bracarense. Taremi não chegou à bola, Niakaté também, mas André Horta sim e acabou por desviar para a própria baliza quanto tentava o corte em carrinho.
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Artur Jorge respondeu com três alterações: Medeiros, Borja e André Horta saíram, Joe Mendes, Racic e Djaló foram os lançados. E depressa se viram a jogar contra apenas dez, depois de Wendell ter entrado de pitons sobre Victor Gómez. João Pinheiro tinha mostrado apenas um cartão amarelo, mas chamado pelo VAR para rever o lance, retirou-o e substituiu-o pelo vermelho direto.
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Quem acabou por ver-se sacrificado foi Toni Martínez, que aos 66' teve de dar lugar a Zaidu: o espanhol esteve pouco mais de 20 minutos em campo e saiu sob aplausos, até porque era ele quem estava nas costas de André Horta aquando do autogolo bracarense.
E se um treinador reforçava a defesa, o outro dobrava o ataque: Banza foi lançado para o lugar de Victor Gómez. E pouco depois, o all-in possível: Pizzi para o lugar de Tormena, o que deixava o SC Braga a jogar apenas com um central de raiz - Niakaté -, com Al-Musrati adaptado a defesa e com Joe Mendes como lateral direito.
Depressa correu mal: Taremi ganhou uma bola que ressaltou de Al Musrati, fugiu ao líbio e a Niakaté, mas foi rasteirado pelo defesa. Como era o último homem, viu ali o vermelho direto e, já fora de campo, assistiu ao 2-0.
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A jogada foi tirada praticamente a papel químico da que resultou no primeiro golo: Galeno voltou a fugir pela esquerda e fez um cruzamento rasteiro letal para a zona do penálti. Lá, apareceu Otávio, que foi festejar com os adeptos.
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Já nos descontos, Galeno podia ter coroado uma exibição de luxo no Jamor com um golaço, mas a bola que rematou à entrada da grande área foi esbarrar na trave.
Onze do SC Braga: Matheus, Victor Gómez, Tormena, Niakaté, Borja, Al Musrati, André Horta, Bruma, Medeiros, Ricardo Horta e Abel Ruiz
Onze do FC Porto: Cláudio Ramos, Pepê, Pepe, Marcano, Wendell, Uribe, Eustáquio, Otávio, Galeno, Evanilson e Taremi
Suplentes do SC Braga: Tiago Sá, Serdar, A. Djaló, Paulo Oliveira, Mendes, Racic, Pizzi, Banza e André Castro
Suplentes do FC Porto: Diogo Costa, Fábio Cardoso, Veron, Zaidu, Grujic, Rodrigo Conceição, Namaso, André Franco e Toni Martinez
Ainda antes do início do jogo, à entrada para a tribuna do estádio, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que é sócio do SC Braga, não teve problemas em atribuir favoritismo ao FC Porto numa razão de "quatro para um".
"Sendo muito realista, as chances são de quatro para um a favor do FC Porto", assinalou, depois de já ter assistido a duas vitórias bracarenses no Jamor. Esta tarde, como chefe de Estado, garante que conseguirá "ser neutro".
A PSP deteve dois adeptos antes do início da partida - um por posse de arma proibida e proibição de entrada em recintos desportivos e outro por posse de artefactos pirotécnicos - e a identificação de outros oito, encaminhados para a esquadra montada no recinto.
Já a ASAE deteve outros sete, dos quais dois menores de idade, por especulação na venda de bilhetes para o jogo.