O selecionador português de futsal lamentou que Desporto e Cultura sejam as primeiras «vítimas» da crise económica, desejou bons resultados internacionais para despertar os responsáveis para o potencial da modalidade e receitou as camadas de formação como solução.
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«Infelizmente, Desporto e Cultura são as áreas das quais facilmente se retiram os apoios porque acham que não é tão essencial. A mim parece-me que é», criticou Jorge Braz, em entrevista à agência Lusa, antes do início do estágio de preparação para o Campeonato da Europa Croácia2012, que vai ser disputado entre 31 de janeiro e 11 de fevereiro.
A grave conjuntura global veio «travar» o percurso recente de rápida implantação do futsal em Portugal e o técnico assegura que a «aposta na formação, noutras estruturas, no desporto escolar, por exemplo», são «caminhos que podem minimizar estes anos mais conturbados».
«[A crise] Está a afetar o futsal como outras modalidades. Passou-se um bocadinho a imagem do futsal porque houve desistências de algumas equipas da I Divisão, o que provoca algum impacto. O futsal está a atravessar as dificuldades normais para suportar os orçamentos. Isso reflete-se essencialmente nas condições de treino, o que leva a alguma redução da qualidade competitiva», analisou.
Jorge Braz considerou que os «bons resultados» conseguidos ultimamente pela equipa "quinas" e pelos principais «emblemas» portugueses poderão «despertar alguns responsáveis para a qualidade e o potencial que esta modalidade tem».
«Agora, o potencial por si só não chega, não ganha nada, é preciso desenvolver», afirmou, acrescentando a necessidade «de ir construindo para conseguir manter esses níveis de qualidade competitiva que têm existido ao longo dos últimos anos».
Relativamente ao facto de 11 dos 14 jogadores eleitos para o Europeu pertencerem aos «grandes" Benfica e Sporting, Braz reconheceu alguma "bicefalia» competitiva em Portugal, «porque são as equipas que têm ganho os campeonatos», embora realçando "o aparecimento de vários jovens com valor noutros clubes".
«Equipas profissionais, com grande volume e condições de treino, acabam por ser o Benfica e o Sporting. Além disso, conseguem com facilidade contratar os melhores jogadores. É normal que a maior parte dos jogadores de qualidade acabem por estar no Benfica e no Sporting», reconheceu, sublinhando que «o recrutamento é feito pela competência».