Toni sublinha "a alegria de Rafa", o melhor João Mário e o compromisso dos jogadores com Schmidt
O antigo capitão e treinador do Benfica considera que Rafa Silva reencontrou a alegria num novo contexto. Uma equipa onde os jogadores assumiram um compromisso coletivo, que faz sobressair outros nomes, como o de João Mário.
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Com a qualificação para os oitavos de final da Liga dos Campeões garantida, Toni elogia o trabalho do treinador do Benfica Roger Schmidt. Para o antigo capitão e treinador campeão pelas águias, percebe-se pelo semblante dos jogadores, e, mais importante, pela forma como atuam, que estão comprometidos com uma ideia coletiva, que vai da forma de jogar à atitude em campo. Só assim foi possível bater o pé, sem perder, qualquer jogo, a adversários como Futebol Clube do Porto, Paris Saint Germain e Juventus.
"O Benfica tem aproveitado bem este grupo da Liga dos Campeões para se afirmar", resume Toni. "É fundamentalmente o corolário do trabalho encetado esta época que transformou não só o futebol do Benfica, como também algumas das suas figuras de proa que estavam a passar por um "apagão", mas que hoje se tornam figuras do Benfica. É o caso de João Mário, é o caso de Rafa. Mas há também a afirmação de alguns jovens como António Silva e Florentino", nota o antigo técnico das águias.
A vitória por 4-3 diante da Juventus, logo após a vitória no clássico do Dragão [0-1], indica o bom momento da equipa. "Não vamos dizer que tudo nesta altura está bem. Mas podemos dizer que o Benfica tem aproveitado bem [este grupo da Liga dos Campeões para se afirmar na Europa] fruto de um trajeto quase imaculado", indica o antigo capitão. "Com poucos meses de trabalho o Benfica tem processos que se vão consolidando, tem uma ideia de jogo que todos observamos. Isso foi evidente no confronto com a Juventus. De um lado uma equipa com individualidades, mas sem a ideia de jogo e de outro, uma equipa, também com individualidades, mas com essa ideia de jogo, a equipa do Benfica", explica.
"Ontem, até aos 75 minutos, foi uma exibição de encher o olho. Depois a equipa tremeu um bocadinho, mas conseguiu o objetivo que era passar aos quartos de final", explica o antigo médio encarnado. "Vê-se a alegria de Rafa na forma como joga, como está envolvido. João Mário apareceu num patamar onde já esteve - lembro quando este foi o melhor jogador da liga -, e por isso, o treinador tem de estar ligado. Para mim é isso: o compromisso e a forma de jogar", aponta.
A explicação está no balneário, na soma da vontade de cada um dos atletas. "Passa muito pelo compromisso que existe entre os jogadores e a equipa. Passou muito pela proposta de jogo do treinador, mas os jogadores aceitaram. Vê-se a transfiguração no futebol do Benfica, mas também nos jogadores que ajudaram a essa transfiguração", sublinha.
Até ao mundial há ainda uma sequência de jogos da liga, Taça de Portugal e o derradeiro jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, em Israel, diante do Maccabi Haifa. Depois uma pausa que pode trazer dúvidas ou ajudar a aclarar ideias. "Vamos ser confrontados com um campeonato que, espero, seja a primeira e última vez que vai ser jogado entre novembro e dezembro. Saber quais os efeitos que daí advém é fazer conjeturas. Veremos como as equipas, quer aquelas que mais jogadores cedeu, quer as restantes, se projetam para a outra metade da temporada. É uma situação nova com a qual treinadores e jogadores se vão confrontar".