Jorge Vilda liderava a equipa desde 2015 e levou-a à conquista do Mundial deste ano.
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A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) anunciou esta terça-feira que dispensou o treinador da seleção de futebol feminino do país, Jorge Vilda, no seguimento da polémica com o presidente afastado da federação Luis Rubiales.
"Numa das primeiras medidas de renovação anunciadas pelo presidente Pedro Rocha, decidiu prescindir dos serviços de Jorge Vilda como diretor desportivo e selecionador nacional feminino", lê-se num comunicado revelado esta tarde.
Vilda era o treinador da seleção principal do futebol feminino espanhol desde 2015 e levou a equipa à conquista do Mundial no passado mês de agosto, facto que a RFEF destaca e cuja causa atribui ao trabalho do técnico, que foi "chave para o notável crescimento do futebol feminino em Espanha".
"Valorizamos a sua irrepreensível conduta pessoal e desportiva", lê-se também na comunicação da federação espanhola, que destaca Vilda como "promotor dos valores de respeito e desportivismo no futebol".
No comunicado em que é anunciada a dispensa do técnico, a RFEF agradece também o "profissionalismo e dedicação ao longo de todos estes anos" e destaca o "extraordinário legado desportivo" que nasce da "implementação de um modelo de jogo reconhecido e de uma metodologia que foi motor do crescimento de todos os escalões femininos da seleção".
Renovação proposta publicamente por Rubiales
No dia em que Rubiales anunciou que não se demitia do cargo de presidente da federação espanhola, Vilda acabou por estar também no centro das atenções ao ficar a saber, num ato público, que seria convidado a renovar o contrato como selecionador.
"Ativei os mecanismos para que o Andreu comece a negociar contigo e convido-te a continuar connosco por mais quatro anos, ganhando meio milhão de euros por ano. É porque o mereces", revelou então Rubiales no discurso que fazia.
Luis Rubiales está suspenso pela FIFA, de forma provisória, durante 90 dias, devido aos acontecimentos em Sydney durante o jogo e as celebrações da vitória espanhola que valeu o título mundial.
Seguiram-se inúmeras críticas a Rubiales, tendo a jogadora Jenni Hermoso afirmado que não tinha consentido o beijo, ao contrário daquilo que garante o presidente da RFEF.
O anúncio de que não iria abandonar o cargo provocou um novo pico de contestação e extremar das posições, com as jogadoras da seleção a anunciarem não estarem disponíveis para voltarem a representar Espanha, enquanto os atuais dirigentes da RFEF se mantiverem nos cargos.
Após a suspensão de Rubiales, 11 membros da equipa técnica do selecionador Jorge Vilda apresentaram a demissão, ao passo que o técnico condenou o "comportamento impróprio" do líder da RFEF.