O selecionador dos sub-17 da Argentina foi adjunto dos sub-15, orientados por Placente, no Campeonato Sul-Americano. "Tentamos que não seja só dentro do campo, que sejam educados e respeitadores."
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No dia 13 de julho Pablo Aimar começou a aventura como treinador dos sub-17 da Argentina. A ideia era eventualmente ensinar-lhes que os espaços são mais importantes do que os inimigos da camisola diferente, mas também e talvez sobretudo passar uma mensagem diferente, com os valores na ponta da língua.
Desta vez Aimar não foi protagonista, mas juntou-se a Diego Placente, ex-lateral esquerdo, para ajudá-lo a conquistar o que o futebol de base argentino nunca havia conquistado: o Campeonato Sul-Americano de sub-15. O torneio, que teve como convidados os europeus Croácia e República Checa, foi disputado em Mendoza e San Juan. A final contra o Brasil esteve tremida: os miúdos do samba estiveram a vencer por 2-0, com golos de Kaio Jorge e Francisco Flores. Mas depois entraram em ação os soldados da paixão que, com golos de Matías Palacios, Matías Godoy e Bruno Amione, transformaram a dor de cabeça numa alegria inédita. Segundo o Crónica, o Brasil continua a dominar este torneio, com quatro títulos em oito torneios disputados; Paraguai (2004 e 2009) e Peru (2013) venceram as restantes edições.
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Mas aqui a história é outra, pelo menos para quem vê a formação como um lugar que não se encerra no resultado. E Pablo Aimar é um desses senhores. Aqui fica a flash interview do ídolo de Messi...
"Foi um jogo bonito, as muitas pessoas que vieram aqui viram uma partida linda. Tocou-nos a nós. Eles [Brasil] jogam muito bem, são uma equipa de futebol muito boa. Hoje tocou-nos a nós, estamos orgulhosos por isso", começou por dizer o antigo camisola 10 da seleção argentina.
Quando questionado sobre o sucesso e a aposta da federação em treinadores sem experiência no banco, mas com muitos anos de futebol, Aimar desvalorizou o desfecho da competição: "Não passa pelo resultado final. Acredito que ajudámos os miúdos a serem melhores do que eram há quatro meses. Tentamos que não seja só dentro do campo, que sejam educados e respeitadores. Se termina com um título, [o trabalho] vê-se. Se não termina com um título, não se vê. O trabalho estava feito."
E remata: "Estes 20 dias e os quatro meses em que estivemos as trabalhar geraram uma recordação inesquecível, porque se fizeram amigos, porque desfrutaram disto de ser futebolista. São amadores e miúdos. Jogaram e não perderam a alegria de jogar, de treinar com um sorriso. Criaram uma recordação muito bonita, que vão levar para toda a vida".