O ministro avisa que os principais responsáveis políticos terão de cooperar mais no futuro para Portugal sair mais rapidamente da situação atual de «vergonha» e «humilhação» face ao estrangeiro.
Corpo do artigo
«Os principais responsáveis políticos portugueses saberão entender que, se não nos unirmos mais no futuro não sairemos tão rapidamente da situação em que estamos e não seremos capazes de evitar a humilhação que conhecemos pelo facto de nos termos divididos no passado», disse Luís Amado à entrada de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia.
Para o responsável governamental português, o país já pagou «um preço muito elevado pela incapacidade do último ano» dos políticos não terem sabido cooperar entre si e «evitado a crise [...] e a vergonha» que Portugal está a passar e que «afecta a imagem externa».
«Um dos dramas que nós vivemos nos últimos anos foi uma politização inaceitável das diferenças, e dos diferendos, e das questões pessoais», disse Amado.
O chefe da diplomacia portuguesa referiu que está a fazer «uma crítica à generalidade do sistema político», mas que o maior responsável é «quem provocou a crise final, quem deu o golpe final numa situação muito frágil», numa referência ao PSD, liderado por Pedro Passos Coelho.
Questionado sobre se estaria disponível para integrar um Governo de coligação, Amado respondeu que «essa questão não se coloca neste momento» e que se tem de aguardar primeiro pelo resultado das eleições de 05 de Junho.
O ministro dos Negócios Estrangeiros mostrou-se ainda «absolutamente convicto» de que, se Portugal cumprir as suas obrigações, «o Governo alemão não será um obstáculo» ao apoio financeiro internacional.
«Fazendo nós o que temos de fazer, cumprindo nós as nossas obrigações, negociando de boa fé os termos do financiamento de que necessitamos, estou absolutamente convicto de que o Governo alemão não será um obstáculo ao apoio ao Estado português», defendeu.