Antigo CEO da Nissan volta à prisão. É agora suspeito do desvio de 4 milhões de euros
Carlos Ghosn já tinha sido detido em novembro último, em Tóquio, por acusações de evasão fiscal. Agora, os procuradores do Ministério Público japonês suspeitam que o ex-CEO da Nissan também desviou dinheiro de uma subsidiária para fora do país.
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Por volta das 7h00 no Japão (22h00 desta quarta-feira em Lisboa), a estação televisiva NHK transmitia imagens de uma carrinha a entrar no edifício da Procuradoria-geral de Tóquio. Sabe-se agora que no interior da viatura seguia Ghosn, que se prontificou a ir até ao gabinete para ser detido, de acordo com o jornal financeiro Nikkej.
Ghosn foi preso pela primeira vez por evasão fiscal a 19 de novembro de 2018, e libertado sob fiança a 6 de março. A libertação passou praticamente despercebida, já que Ghosn deixou o estabelecimento prisional de boné, com uma máscara cirúrgica e um macacão de operário , como noticiava a TSF na altura.
A nova acusação prende-se com a deteção de fundos transferidos pela presidência da Nissan e Renault, que era liderada por Ghosn, para um distribuidor de Omã. Menos de um mês depois de sair da prisão, o Ministério Público (MP) de Tóquio informou que a detenção do ex-presidente executivo da Nissan está relacionada com novas suspeitas de que Carlos Ghosn desviou cinco milhões de dólares (4,4 milhões de euros) para uso pessoal de Ghosn.
Os procuradores acreditam que o dinheiro desviado terá ido para uma empresa que Ghosn, segundo refere a agência Lusa, praticamente administrou. O comunicado emitido pelo Ministério Público japonês não faz menção ao país asiático que faz fronteira com os Emirados Árabes Unidos. No entanto, uma investigação anterior da Renault, parceira francesa da Nissan Motor Co., centrou-se em pagamentos realizados a uma concessionária de Omã. Os procuradores do MP adiantaram que o dinheiro terá sido desviado de uma subsidiária da Nissan para uma concessionária fora do Japão.
Suspeito de má conduta financeira enquanto liderava a fabricante japonesa, Ghosn voltou a garantir esta quarta-feira que está inocente. Segundo a estação pública NHK, é muito raro no Japão que uma pessoa seja detida novamente depois de ser libertada sob fiança.