O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, defendeu hoje que António Borges, que acusou os empresários que criticaram a redução da TSU de serem «ignorantes», não tem «perfil para o lugar público que ocupa».
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«Não vemos como é que tem perfil para um lugar público da importância que ocupa», reagiu João Vieira Lopes, realçando que «o professor António Borges ocupa um cargo público por nomeação governamental».
Em declarações à Lusa, o dirigente patronal espera que «o Governo desautorize esse tipo de afirmações», no dia em que o consultor do Governo para as privatizações disse que a Taxa Social Única (TSU) é uma medida «inteligente» e acusou os empresários que a criticaram de serem «ignorantes».
«É uma afirmação perfeitamente lamentável feita por alguém que ocupa um cargo público bastante importante na fase atual da economia, e só revela um desconhecimento completo do tecido empresarial», acrescentou o representante das empresas de comércio e serviços.
Vieira Lopes contrapôs que «o facto de o Governo recuar na TSU é uma posição inteligente», porque, argumentou, a medida iria provocar uma retração «ainda mais brutal» do consumo interno, e teria «efeitos drásticos» na paz social.
«Esperamos que futuramente para medidas deste tipo [o Governo] fale primeiro com os parceiros sociais que têm uma sensibilidade que uma pessoa com perfil académico não conseguirá ter», acrescentou.
Recorde-se que, este sábado, António Borges interveio no I Fórum Empresarial do Algarve, que decorre este fim-de-semana em Vilamoura, para dizer que «que a medida [Taxa Social Única (TSU)] é extremamente inteligente, acho que é. Que os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas», afirmou.