A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO) receia que seja frustrada a expectativa dos consumidores, pois a nova lei não vai obrigar os preços dos combustíveis a baixar. A APETRO sublinha ainda que combustíveis simples e "low-cost" não são sinónimos.
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António Comprido da APETRO, que representa petrolíferas como a Galp, a BP, a Repsol ou a Cepsa, diz que esta nova lei não vai obrigar as empresas a baixar os preços, por isso, considera que não se pode falar em combustíveis "low cost".
À TSF, António Comprido diz que as novas regras vão prejudicar os consumidores porque vão reduzir a liberdade de escolha, já que «a oferta será semelhante em todos os postos».
A APETRO recusou-se a falar da legislação na semana anterior à sua entrada em vigor, recordando apenas o seu «desacordo». Aquando da discussão da proposta legislativa, a APETRO alertou para o facto da redução de preços não ser a apregoada, dada a impossibilidade de as petrolíferas praticarem preços próximos dos postos das grandes superfícies, uma vez que são modelos de negócio diferentes, com níveis de serviço distintos.
Em dezembro, quando o decreto-lei foi aprovado, o ministro da Energia, Jorge Moreira da Silva, defendeu que a nova legislação «reforça a liberdade de escolha dos consumidores e leva mais longe o objetivo de coesão territorial, permitindo aos consumidores distinguirem de forma clara entre a gasolina e o gasóleo rodoviários simples e a gasolina e o gasóleo rodoviários submetidos a processos de aditivação suplementar, possibilitando uma escolha consciente e informada sobre o que estão de facto a comprar».
Também contactado pela TSF, Durão Santos, da Associação dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC), espera que a mudança dos combustíveis nos reservatórios seja feita a horas. Durão Santos aguarda também que numa primeira fase o governo "feche os olhos" a quem não conseguir cumprir os prazos.