O economista chefe do BCE, Juergen Stark, defende que o destino da moeda única «não depende» da Grécia, de Portugal ou da Irlanda, os três países afectados pela crise da dívida soberana.
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Os três países constituem seis por cento do valor do Euro, afirmou Juergen Stark em entrevista à rádio alemã Deutschlandfunk, acrescentando que «não há perigo para o Euro [porque] o destino da moeda única não depende desses países».
Os europeus estão a tentar concluir um novo plano de ajuda financeira à Grécia, que está perto da falência, faltando decidir a participação do sector privado no resgate.
Stark, que é membro do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), reiterou não pretender qualquer solução para a Grécia que vincule os credores privados.
«Não somos contra a participação do sector privado, mas ela deve ser completamente voluntária», disse, adiantando ter «entendido muito bem» a posição defendida sobretudo pela Alemanha de que a ajuda deve ser repartida entre o sector público e privado.
O economista sublinhou, no entanto, que a oposição do BCE à obrigatoriedade do sector privado participar na ajuda financeira à Grécia não tem a ver com o facto de o Banco deter títulos da dívida grega.
«Os títulos comprados são limitados» e «os riscos são bastante passíveis de ser geridos», garantiu.
O BCE tornou-se, em 2010, um importante credor da Grécia depois de ter comprado obrigações de todos os países da zona euro que se debatem com crises da dívida soberana e com dificuldades em financiarem-se nos mercados.