O deputado bloquista João Semedo afirmou hoje que a demissão de Henrique Gomes da pasta da Energia está «carregada de razões políticas».
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João Semedo considerou que «em geral as demissões são sempre pessoais, mas esta está carregada de razões políticas».
O deputado do BE falava durante uma iniciativa junto ao centro de emprego de Vila Nova de Gaia, depois de questionado pelos jornalistas sobre a demissão de Henrique Gomes do cargo de secretário de Estado da Energia, conhecida na segunda-feira à noite.
«Este secretário de Estado tinha um "dossiê' importantíssimo, o da redução do preço da eletricidade, das tarifas da eletricidade, um "dossiê' com um enormíssimo impacto social e o que percebemos com a sua demissão é que mais uma vez foi o elo mais fraco que cedeu para que as rendas elevadíssimas e os lucros elevadíssimos da EDP possam continuar», disse João Semedo, apontando este motivo como «o significado político desta demissão».
Questionado se esta notícia fragiliza o Ministério da Economia, o deputado do BE respondeu que «acrescentam-se todos os dias novas fragilidades às fragilidades antigas».
«Este ministro da Economia sofreu ontem também mais uma fragilidade, mas isso já não é surpresa, já não é novidade», acrescentou.
Interrogado sobre o nome de Artur Trindade, até agora diretor de Custos e Proveitos da Entidade Reguladora do Setor Energético (ERSE), para suceder a Henrique Gomes, o bloquista considerou que «não deixa de ser estranho que o regulador, de um dia para o outro, passe da regulação para a governação».
Segundo Semedo, «esse é, do ponto de vista da democracia política, um mau exemplo».
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vai dar hoje posse a Artur Trindade como novo secretário de Estado da Energia, em substituição de Henrique Gomes, que abandonou o cargo por «motivos pessoais e familiares».
A posse está marcada para as 15:30, no Palácio de Belém.