O Banco Espírito Santo fechou o primeiro semestre com um rácio de capital de 5%, abaixo do mínimo fixado pelo Banco de Portugal, segundo as contas do banco hoje divulgadas.
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De acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), à data de 30 de junho, o BES tinha um rácio de capital 'common tier 1' de 5%, quando o mínimo exigido pelo Banco de Portugal é de 7%, considerando o período transitório para a aplicação das novas regras de Basileia III.
Os rácios de capital servem para atestar a solvabilidade de uma instituição financeira, sendo que o valor de 5% apresentado pelo BES no final de junho é cerca de metade dos 9,8% do final de março, o que é justificado com «ocorrências de natureza excecional».
O banco divulgou hoje as contas do primeiro semestre, em que registou prejuízos históricos de 3.577,3 milhões de euros.
Na segunda-feira à noite, o Banco de Portugal emitiu um comunicado em que dizia que, caso exista uma insuficiência de capital no BES, há privados interessados em aumentar capital. Para além disso, acrescentou a entidade liderada por Carlos Costa, «no limite, se necessário, está disponível a linha de recapitalização pública».
O esclarecimento do supervisor, em que insiste que a «solvência do BES e a segurança dos fundos confiados ao banco estão asseguradas», aconteceu após o Expresso Diário ter noticiado que os prejuízos do BES podiam ascender aos três mil milhões de euros no primeiro semestre e que, perante isto, as «almofadas financeiras [de 2,1 mil milhões de euros do banco] já não bastam» e é «inevitável» um aumento de capital, faltando saber se será privado ou público.