O presidente do BIC disse, no programa Gente que Conta, que ainda não sabe de quantos trabalhadores do BPN vai precisar, uma resposta que só chegará quanto a compra se concretizar.
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«O Governo português está a negociar com Bruxelas todo o pacote de ajuda do Estado que o BPN tem tido desde a nacionalização e só depois disso é que podemos comprar o banco», explicou Mira Amaral.
No contrato de compra está escrito que tudo está dependente da luz verde da Autoridade da Concorrência - já dada -, do Banco de Portugal e da Direção-Geral da Concorrência, em Bruxelas, sendo esta última a «mais difícil».
A partir do momento em que a compra do Banco Português de Negócios seja efetuada, «vamos ver até ao fim do ano quais as agências e centros de empresa com os quais podemos ficar» e só depois é que será possível dizer «exatamente com quantos trabalhadores ficamos», disse o presidente do BIC, banco de capitais luso-angolanos.
Na entrevista, Mira Amaral ainda analisou a situação do país, considerando que a austeridade é necessária, mas que o Presidente da República, como político mais experiente, devia ajudar em alguns casos «exercendo alguma moderação pelo Governo».
«A situação é tão dramática que o Governo, entregue a si próprio, terá tendência a fazer cortes excessivos e, às tantas também do ponto de vista social, levar a situações difíceis. É aí que o Presidente da República deve intervir», considerou.
Para Mira Amaral, «os tempos são muito difíceis e fazer uma política de austeridade é inevitável e indiscutível», mas tal deve ser feito «com calibração social».
Aplicar as medidas não é uma tarefa fácil, logo, considerou, «se um homem como o Presidente da República tem mais experiência política e é mais velho que o primeiro-ministro, deve dar uma «palavra de moderação e bom senso» a Passos Coelho.
Pode ouvir o programa Gente que Conta, uma parceria da TSF com o DN, na Emissão da TSF depois do noticiário das 11:00 horas deste domingo.