O comissário europeu da Concorrência sublinhou que o executivo comunitário não teria dado luz verde à venda do BPN ao BIC se os custos para os contribuintes portugueses fossem superiores aos da liquidação do banco.
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Questionado hoje em Bruxelas, durante uma conferência de imprensa, sobre a operação de reestruturação do Banco Português de Negócios, aprovada na véspera pela Comissão Europeia, Joaquín Almunia apontou que «a aquisição do BPN pelo BIC é menos custosa para os contribuintes portugueses do que a liquidação», de acordo com as análises feitas em conjunto pelas autoridades portuguesas e pelos serviços do executivo comunitário «ao longo dos últimos meses».
«Tivemos negociações difíceis e agora, tal como demonstrado pela nossa decisão de ontem (terça-feira), considerámos que podemos dar uma decisão favorável devido à viabilidade do modelo de negócios da nova entidade, após a aquisição do BPN, devido às condições de 'burden-sharing' e da limitação, tanto quanto possível, das distorções da concorrência que as ajudas de Estado sempre criam», disse.
Almunia concluiu que, na sua opinião, o desfecho foi «positivo» para todas as partes, incluindo para os contribuintes portugueses.
«Penso que é um resultado bom e positivo, e claro que não poderíamos ter adotado uma decisão favorável se, de acordo com as nossas análises, os custos da liquidação fossem menores», disse.
Na terça-feira à noite, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho manifestou-se «muito satisfeito» por ter sido «possível salvar o banco dentro de um custo para os contribuintes não superior ao da liquidação».
«Fico muito satisfeito em saber que foi possível salvar o banco dentro de um custo para os contribuintes portugueses que não é superior ao da liquidação, porque senão mais valia liquidar o banco, e que é possível, ainda assim, garantir a estabilidade do sistema financeiro português sem riscos de maior», realçou também Pedro Passos Coelho, em Sines.