O Núcleo Estratégico de Investidores (NEI), uma das entidades que está na corrida à compra do BPN, reforçou o valor da sua proposta para um montante que ultrapassa os 100 milhões de euros.
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«Reforçámos ontem [sexta-feira] o valor da nossa proposta, que engrandece o BPN. Os jornais têm escrito que as ofertas andam entre os 30 milhões de euros e os 100 milhões de euros, mas não é verdade. A nossa oferta não está nesse intervalo», disse este sábado à agência Lusa José Fernandes, porta-voz do NEI.
Segundo o responsável, que preferiu não especificar qual o valor exacto proposto pelo NEI, já que o processo ainda está em aberto, a melhoria da oferta foi feita durante uma reunião com a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.
«Melhorámos a oferta de forma a ir ao encontro do interesse do Estado. O valor oferecido respeita integralmente o valor do banco. Fomos muito bem recebidos e sentimos que temos sido respeitados ao nível das negociações, mesmo não tendo lobbies, nem apoios políticos», afirmou José Fernandes.
A aposta na economia social, «ainda mais importante devido à conjuntura do país», é o trunfo que o NEI apresenta, na opinião de José Fernandes, que apontou para a focagem do banco no apoio às PME e no microcrédito e reforçou a intenção de mudar a marca do BPN mas manter o banco «na sua universalidade».
O porta-voz realçou que, ao contrário do que tem sido noticiado, o grupo que representa não quer fechar balcões, nem despedir funcionários.
«As informações que surgem nos jornais não batem com a realidade. Também dizem que foram interrompidas as negociações com o NEI, mas não é verdade. Até reforçámos a nossa proposta porque queremos ser os vencedores» do concurso de privatização do BPN, assegurou.
Além do NEI, também o Montepio Geral, os angolanos do BIC e um outro interessado cuja identidade ainda não foi possível apurar estão na corrida à privatização do BPN, que deverá ser decidida até ao final do mês.
O NEI é constituído por 15 empresários portugueses, entre os quais José Fernandes e Jaime Pereira dos Santos.
Entretanto, Jaime Pereira dos Santos, membro do NEI, disse à SIC Notícias ter quase a «certeza absoluta» que a proposta do grupo vai ganhar, porque «é a melhor».
«Reunimos condições para isso. Temos o melhor valor que nós supomos por acção e o maior valor global total que o banco vale e também somos a única proposta que valoriza a universalidade do BPN. Queremos todo o BPN, não queremos partes do BPN», disse.
Contactado pela TSF, o Ministério da Finanças disse que não faz comentários antes de terminar o prazo da apresentação de ofertas.