A Comissão Europeia colocou um travão nas previsões de crescimento da Europa. Alemanha, Reino Unido e Espanha vão abrandar e a Grécia vai primeiro ao chão para depois se levantar em força.
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O crescimento da economia europeia deverá abrandar este ano para 1,6% na zona euro e 1,8% no conjunto da União, com "riscos consideráveis" no horizonte. De acordo com as previsões económicas da primavera, a economia no espaço monetário único, que registou um crescimento de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, deverá crescer de forma mais moderada este ano (1,6%) e atingir os 1,8% em 2017, tendo assim Bruxelas retirado uma décima às previsões de inverno divulgadas há três meses (previa então um crescimento de 1,7% este ano e de 1,9% no próximo).
Também a UE no seu conjunto deverá registar um abrandamento do seu crescimento, ao recuar de 2% em 2015 para 1,8% este ano e 1,9% em 2017 (em fevereiro, o executivo comunitário estimava crescimentos de 1,9% já este ano e 2,0% no próximo).
Bruxelas admite que mesmo estes valores, já revistos em baixa face às previsões de inverno, possam ser piores, face aos "riscos consideráveis que pesam sobre as perspetivas da economia europeia".
Economias europeias
Alemanha
Bruxelas estima que a economia alemã cresça 1,6%, quer em 2016 quer em 2017, face aos 1,7% e 1,8%, respetivamente, avançados em fevereiro.
Segundo as previsões da primavera, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) alemão deve desacelerar no segundo trimestre do ano devido à conjuntura externa, sendo que as previsões para as exportações são também menos otimistas para a maior economia da zona euro.
Reino Unido
O crescimento económico no Reino Unido deverá abrandar, com o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 1,8% este ano e 1,9% em 2017.
Depois de ter aumentado 2,9% em 2014, o PIB do Reino Unido cresceu a "uma taxa saudável" de 2,3% no ano passado, refere Bruxelas que adverte para os riscos para a economia britânica das incertezas associadas ao resultado do referendo de junho.
Espanha
A economia espanhola deverá crescer 2,6% e 2,5% em 2016 e 2017, respetivamente, suportada pelo consumo privado, por uma inflação baixa e melhores condições do mercado de trabalho.
"O crescimento económico deverá desacelerar", mas "mantendo-se robusto", suportado pelo "aumento sustentado do emprego e diminuição do desemprego, a melhoria das condições de financiamento e preços baixos do petróleo".
Itália
Itália deverá continuar a recuperar sustentada pela aceleração da procura interna, com o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 1,1% este ano e 1,3% em 2017.
Em 2015, o PIB de Itália cresceu 0,8%, sustentado tanto pela procura interna como pelo investimento e por fatores externos positivos, nomeadamente o euro fraco e baixos preços do petróleo.
França
A Comissão Europeia manteve as previsões de crescimento para a economia de França nos 1,3% este ano, em linha com a estimativa avançada em fevereiro, sustentada pela aceleração do consumo privado.
O Produto Interno Bruto (PIB) francês cresce 1,3% este ano e 1,7% em 2017, sustentado pelo consumo privado.
Grécia
A economia grega deverá contrair-se 0,3% em 2016, para começar a recuperar na segunda metade do ano, atingindo um crescimento de 2,7% em 2017.
O documento diz que o Produto Interno Bruto (PIB) da Grécia deverá sofrer uma contração de 0,3% em 2016, mas sublinha que ainda assim esta está "um pouco abaixo do esperado na previsão de inverno", baseada nos acontecimentos adversos da segunda metade de 2015.
A economia deverá voltar a crescer no segundo semestre de 2016 e ganhar força em 2017, graças ao retorno da confiança, ao impacto das reformas estruturais, à aceleração da procura interna e à ajuda dos fundos estruturais da União Europeia e da injeção de liquidez.