Banco espanhol decide vender quase 1,4 mil milhões de euros em ações próprias para financiar aumento da posição no BPI.
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Um dia depois da aprovação da desblindagem dos estatutos do banco português, os espanhóis do CaixaBank já estão a amealhar para o aumento da posição que detém no BPI.
A instituição financeira que é o maior acionista do BPI - e que, se a OPA for bem sucedida, terá o controlo absoluto do banco português - já comunicou ao regulador espanhol que vai vender ações 585 milhões de ações próprias, no valor total de 1,37 mil milhões de euros, para financiar a operação.
Estas ações, que representam 9,9% do capital do CaixaBank, estavam na mão do próprio banco e serão colocadas junto de investidores privados, numa operação conduzida pelos gigantes financeiros JP Morgan e Morgan Stanley.
A instituição presidida por Jordi Galí explica que já recebeu manifestações de interesse na operação, mencionando dois investidores privados que ponderam ofertas no valor total de 380 milhões. Estas ofertas ainda não são vinculativas.
O CaixaBank é o maior acionista do BPI, com 45% do capital do banco. Até agora, no entanto, e devido à blindagem dos estatutos do banco português, os seus votos na condução da instituição valiam apenas 20%, pouco mais do que os 18,6% de Isabel dos Santos.
Com a aprovação da desblindagem dos estatutos aprovada em Assembleia Geral, esse limite desaparece.
O CaixaBank fica no entanto obrigado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a apresentar uma OPA sobre a totalidade do capital do banco português.
Para ficar com 100% do banco português, o CaixaBank tem de desembolsar mais de 900 milhões de euros, aos preços do mercado atuais, e tendo em conta a oferta de 1,134 euros por ação.