A ideia foi defendida pelo Presidente da República num encontro com a primeira-ministra norueguesa. Cavaco Silva reconheceu que as trocas comerciais com a Noruega estão abaixo do potencial e apontou caminhos para inverter a tendência.
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As trocas comerciais entre os dois países não são tudo o que poderiam ser e o Presidente da República sabe disso.
Apesar das relações económicas entre Portugal e a Noruega terem "aumentado significativamente" nos anos mais recentes, Cavaco Silva reconheceu que estão ainda "abaixo do seu potencial".
A balança comercial entre Portugal e a Noruega registou, no ano passado, um valor abaixo dos 400 milhões de euros, o que é pouco mais do que simbólico.
Acompanhado por empresários e investigadores, Cavaco Silva vê caminhos para aprofundar essa relação, apontando a energia, a aquacultura, a investigação e a inovação na economia do mar como áreas onde é possível reforçar as relações comerciais e o investimento entre Portugal e a Noruega.
No que toca a investimento direto estrangeiro - um outro objetivo desta visita -, do lado da Noruega, o dinheiro não é um problema, mas as cautelas são muitas.
O fundo soberano norueguês é o maior fundo de pensões da Europa, com perto de 800 mil milhões de euros. São resultado do excedente orçamental provocado pela exploração de petróleo e gás natural no Mar do Norte e a gestão é independente do governo. Tanto que a primeira-ministra Erna Solberg não arrisca dizer se Portugal vai ser, ou não, destino de mais investimento direto da Noruega.
«O fundo soberano é independente nas decisões de investimento. Ou seja, investem em bons projetos a nível global, é um fundo muito grande. Investem em Portugal, e noutros países europeus mas, eu não vos posso dizer em que países, nem quais os projetos. É uma decisão muito independente», disse a governante.
Pouco passará por este fundo ou por decisões políticas, o futuro das relações entre Portugal e Noruega. Quer Cavaco Silva, quer Erna Solberg sublinharam que a eles só lhes cabe estender o pano de jogo e esperar que a iniciativa privada faça o resto.
Ainda ontem, quando questionado sobre o sucesso ou insucesso destas ações de diplomacia económica, o Presidente sorriu e disse «Isso já não é comigo».