A CGTP considerou que o primeiro-ministro fez uma «declaração de guerra» ao se dirigir ao país esta sexta-feira ao país. Já a UGT diz que as medidas anunciadas são de «profunda injustiça».
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O secretário-geral da CGTP considerou que o primeiro-ministro fez «mais uma declaração de guerra gravíssima a trabalhadores e pensionistas» ao anunciar mais medidas de austeridade numa declaração ao país feita esta sexta-feira.
«Constatamos que há uma redução dos rendimentos dos trabalhadores da Administração Pública, setor empresarial do Estado, setor privado e pensionistas na ordem dos quatro mil milhões de euros», explicou Arménio Carlos, em declarações à SIC.
Por outro lado, ainda de acordo com as contas feitas por esta central sindical, o primeiro-ministro anunciou um «bónus para os patrões na ordem dos 2100 milhões de euros».
«O capital continua a não ser taxado, ao contrário daquilo que o Tribunal Constitucional alegou. Estamos perante aquilo que o primeiro-ministro designa de equidade, ou seja, rouba aos pobres para continuar a dar aos ricos», concluiu.
Por seu lado, o líder da UGT explicou que o Governo resolveu a questão levantada pelo Tribunal Constitucional ao «manter o corte dos dois salários de funcionários públicos e pensionistas e acrescentou um corte de um mês no setor privado».
João Proença lembrou ainda que o corte aplicado no setor privado serviu para «diminuir a taxa social única das empresas», o que «vai diminuir o emprego».
O secretário-geral da UGT lembrou ainda que esta diminuição terá pouco efeito nas exportações, uma vez que a «grande maioria das PME produz para o mercado nacional, que vai ser fortemente afetado pelo corte dos salários».
«É uma medida imoral e de profunda injustiça social que merece oposição política e social e espero que o Presidente da República assuma as suas responsabilidades», sublinhou.