A Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos considera positiva a aprovação da recapitalização do banco e acredita que não vai implicar redução de pessoal.
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Jorge Canadelo, coordenador da comissão de trabalhadores da CGD, sublinha que este plano não deve apenas visar a redução de custos mas sobretudo fortalecer a Caixa como instituição pública.
"A recapitalização não poderá apenas servir como meio para reduzir custos de pessoal, custos operativos, mas o fortalecimento também deve ser feito ao nível financeiro e operacional de modo a manter a qualidade do serviço e cumprir aquilo que os bancos privados não fazem, que é o serviço às populações".
O coordenador da Comissão de Trabalhadores não teme que haja despedimentos. Ontem o ministro das finanças reconheceu que será feito um ajustamento no número de trabalhadores, mas que caberá à nova administração.
Jorge Canadelo acredita que a Caixa geral de Depósitos vai manter o caminho seguido até ao dia de hoje.
"Na Caixa os despedimentos são tão naturais como a lei permite e não são despedimentos coletivos. Até agora o que se fez na Caixa não tem nada a ver com este tipo de figura, nunca foi usado. Das palavras do primeiro-ministro e do ministro das finanças depreendemos que esse não será o caminho para a CGD".
Ontem, o Ministério das Finanças indicou que o acordo que estabeleceu com a Comissão Europeia para recapitalização da CGD "assenta num plano de negócio que garante a competitividade" do banco.
Em comunicado, o ministério liderado por Mário Centeno indicou que a estratégia de recapitalização deve ser feita em condições de mercado, "compatíveis com a ausência de ajuda de Estado".
"O Estado Português fica autorizado a realizar um aumento de capital até 2.700 milhões de euros, a transferir as ações da ParCaixa para a CGD no valor de 500 milhões de euros e a converter 960 milhões de euros de instrumentos de capital contingentes (CoCo's) subscritos pelo Estado em ações", explicou o Governo.