A CGTP sublinhou que o processo de aprovação do OE2013 «não se encerra hoje», vai seguir para Belém, e apelou ao chefe de Estado para que «tenha em consideração aquilo que disse».
Corpo do artigo
«Este é um processo que não está encerrado hoje, [com a votação final do OE2013]. É um processo que a partir de hoje vai seguir para Belém e nós consideramos importante que o senhor Presidente da República tenha em consideração aquilo que disse e que aja agora em conformidade», afirmou Arménio Carlos, no início de um de três desfiles que a CGTP promoveu - desde o Largo da Estrela, o Largo do Rato e o Largo de Santos - e que reuniram milhares de pessoas numa concentração em frente à Assembleia da República.
«Provavelmente a maioria vai hoje votar favoravelmente o Orçamento, com a consciência de que é um OE que está a destruir a economia, a destruir o emprego, a generalizar o desemprego, a pobreza e a exclusão social. É um OE que vai acentuar a fome em Portugal. Eles sabem isto e têm que prestar contas disto perante a população que votou neles e os elegeu», afirmou ainda Arménio Carlos.
A «esperança» da CGTP desloca-se agora para Belém, e repousará, a partir de hoje, em compromissos que a Intersindical regista como assumidos publicamente por Cavaco Silva.
«O Presidente disse que não era possível um Orçamento do Estado apostando em mais sacrifícios para aqueles que foram tão sacrificados. A haver sacrifícios teriam que ser dirigidos àqueles que até agora não os tinham feito», faz questão de cobrar o líder da Intersindical.
O Presidente da República, sustenta Arménio Carlos, tem que, em primeiro lugar, apor «um veto político a esta política», e depois, «no mínimo, ter em consideração várias propostas de inconstitucionalidade que já foram apresentadas por várias personalidades», diz.
«A CGTP já apresentou oito propostas de inconstitucionalidade em relação ao OE e agora esperamos que o Presidente da República corresponda à solicitação de reunião que lhe fizemos há mais de três semanas, para nos ouvir e depois refletir sobre as nossas ideias, as nossas propostas e decidir em conformidade», apelou ainda.
O líder da CGTP confia na força dos sindicatos e dos protestos para inverter ainda o rumo dos acontecimentos, «sobretudo depois da grande grave geral no passado dia 14 de novembro».