O Governo submete hoje aos parceiros sociais uma proposta que prevê o prolongamento extraordinário dos contratos a prazo até ao final de 2016.
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Arménio Carlos, da CGTP, acusa o Governo de apenas beneficiar os patrões com esta medida.
«Isto quer dizer, claramente, que o Governo se comporta como fiel seguidor dos objetivos das confederações patronais e particularmente dos grupos económicos e financeiros. Esta proposta visa tornar a excepção numa regra, ou seja, a precariedade deve ser a excepção e, neste caso em concreto, o Governo quer colocá-la como regra», afirma o secretário-geral da CGTP.
Em declarações à TSF, Arménio Carlos defende ainda que esta medida demonstra que «há postos de trabalho permanentes que precisam de continuar a ser ocupados. Se assim é, quando terminasse o contrato extraordinário que neste momento existe, as pessoas deviam passar aos quadros».
Também Carlos Silva, secretário-geral da UGT, está contra a ideia do Governo que, no seu entender, faz «recair sobre os trabalhadores o ónus e a responsabilidade de serem eles a responder e a contribuir para a crise. É a precarização das relações de trabalho e vai ao encontro das expectativas dos patrões.
Há alguns meses que o patronato pedia ao Governo para poder continuar a manter os trabalhadores sem ter de os passar para os quadros, invocando as dificuldades das empresas.
À TSF, Vasco Melo, vice-presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), explica que «a renovação vai permitir que muitos contratos que não seriam renovados ou poderiam ser renovados nos tempos mais próximos, possam ser renovados por um período mais longo, o que torna bastante útil principalmente no emprego dos mais jovens».
Quanto a João Machado, da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em declarações à TSF, considera a proposta «essencial» e que peca por ser algo tardia. «Nós temos que garantir estes postos de trabalho e para isso temos de prorrogar o limite máximo desses contratos a prazo».