Coordenador do projecto Arco Ribeirinho Sul confessa perplexidade com decisão do Governo
Em declarações à TSF, António Fonseca Ferreira disse entender as necessidades de poupança, em tempo de crise, mas lembrou que o projecto do Arco Ribeirinho Sul é auto-sustentável.
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A ministra do Ambiente, Agricultura, Mar e Ordenamento do Território anunciou, esta sexta-feira, a suspensão da estrutura Arco Ribeirinho Sul, um projectopara a requalificação de zonas industriais na margem do Sul do Tejo, por considerar que «é demasiado ambicioso» nos actuais tempos de crise.
Uma decisão que causou surpresa e perplexidade ao coordenador do grupo de trabalho deste projecto. António Fonseca Ferreira explicou, na TSF, que o Arco Ribeirinho Sul gera receita e é, sobretudo, feito com investimento privado.
«Compreendo que tenhamos todos que fazer poupança, mas não compreendo como é que isso pode ser feito à custa da extinção do projecto do Arco Ribeirinho Sul porque é financeiramente auto-sustentável», esclareceu.
António Fonseca Ferreira sublinhou mesmo que este projecto é adequado ao actual momento de crise.
«Ao contrário do que se possa pensar, este é um projecto adequado para os tempos que vivemos porque estes territórios têm todas as condições para o relançamento de actividades económicas e para atrair investimento estrangeiro. Portanto é com perplexidade que vejo esta decisão nestes termos, mas espero que seja repensada», explicou.
Quanto aos encargos do Estado com o Arco Ribeirinho Sul, o coordenador revelou que são apenas com a estrutura e lembrou a proposta de fusão com a baía do Tejo, apresentada pelo anterior Governo, iria baixar as despesas.
«Os encargos significativos em termos de estrutura é o que é pago à Parque Expo pelo contrato de gestão, mas com a fusão que estava proposta ía ser fortemente aliviada. Em termos da estrutura própria do Arco Ribeirinho são cinco pessoas que em salários gastam sete ou oito mil euros por mês, na totalidade», frisou.
Porque as despesas para o Estado não são muito elevadas e até podem ser reduzidas, e porque considera que o projecto do Arco Ribeirinho Sul pode ser muito positivo para a economia nacional, António Fonseca Ferreira não entende a decisão do Governo.