Défice: PCP diz que é «impossível» cumprir metas; BE fala em «mais um prego no caixão»
Numa reação aos números do défice no primeiro semestre, o PCP afirmou que é «totalmente impossível» cumprir as metas orçamentais negociadas com a 'troika' da ajuda externa, enquanto o BE considerou que a estimativa do INE «é mais um prego no caixão» do Governo.
Corpo do artigo
«É agora claro que é totalmente impossível ao Governo atingir a meta de 5% [de défice] que negociou com a 'troika'. A não ser que o Governo aplique medidas extraordinárias, o que poderá passar por uma sobretaxa sobre o IRS, como aconteceu no ano passado. Isso significa mais roubo de salários, de rendimentos dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas», disse o deputado comunista Paulo Sá numa declaração no Parlamento aos jornalistas.
O PCP reagia assim aos números das contas públicas hoje divulgados pelo INE que situam o valor do défice em 6,8% do PIB no primeiro semestre do ano.
«Estes dados do INE vêm confirmar que a política do Governo fracassou completamente e que é necessária uma nova política, um novo rumo para o país, que o coloque no rumo do desenvolvimento económico e do progresso social», acrescentou o deputado
Nos primeiros seis meses de 2011 o défice orçamental em contabilidade nacional atingia os 8,2 por cento do PIB.
Por seu turno, o Bloco de Esquerda considerou que a estimativa do INE «é mais um prego no caixão» do Governo.
«Estes dados do INE são mais um prego no caixão deste Governo, demonstrando que o buraco [orçamental] é muito maior do que o previsto e que a derrapagem não está controlada pelo Governo. Na prática, a meta proposta pelo Governo [de défice] é inalcançável, a não ser com medidas extraordinárias», disse o deputado Pedro Filipe Soares.
Segundo o dirigente do Bloco de Esquerda, a partir de agora, «são de esperar mais cortes nos salários, nos subsídios e a incompreensão de que é a política de austeridade que está a minar as contas públicas».