Num comentário às declarações de hoje do presidente da República, o PSD lembra que este OE para 2012 pretende fazer frente a uma situação criada por falta de «medidas em tempo útil». Já o CDS-PP considera também que a austeridade e os sacrifícios são incontornáveis.
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Na residência oficial do primeiro-ministro, depois dos encontros com Pedro Passos Coelho, na preparação do Conselho Europeu do próximo fim-de-semana, tanto Jorge Miranda da Silva (PSD) como Nuno Melo (CDS-PP) foram confrontados com o que pensa o presidente da República sobre as medidas que atingem os funcionários públicos.
Num primeiro momento nenhum deles quis comentar directamente, mas Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD, acabou por defender que o que está inscrito no Orçamento do Estado não pode ser separado do que está em causa no Conselho Europeu.
«A solidariedade tem dois caminhos, um caminho é o da responsabilidade, mas também o da solidariedade que nos tem sido prestada», disse.
Jorge Moreira da Silva adiantou também que o momento que se vive em Portugal não deriva da situação internacional, mas do facto de face a este cenário não terem sido tomadas medidas «em tempo útil».
«Este Orçamento do Estado é fundamental não apenas para cumprirmos o que estava previsto nesse memorando de entendimento, mas também para conseguirmos diferenciar Portugal de países que estão numa situação mais difícil do que a portuguesa que é o caso grego», explicou.
Quanto à posição de Portugal nessa cimeira europeia, Jorge Moreira da Silva afirma que Portugal deve estar esperançado e optimista, apesar das dificuldades.
Quanto ao CDS-PP, Nuno Melo deixou o que pode ser lido como uma espécie de recado, considerando que as declarações do presidente da República reflectem «uma preocupação que é de todos, mas não invalida um caminho que tem de ser percorrido, há uma dívida que tem de ser paga, há uma economia que tem de voltar a crescer, o que não se consegue sem medidas de austeridade e sacrifícios».