Especialista não acredita que entidades envolvidas em resgate a Portugal negociem com partidos
João Pedro Simões Dias lembra que as entidades europeias envolvidas no resgate a Portugal «relacionam-se no plano institucional com governos dos Estados». Opinião semelhante tem o social-democrata Miguel Relvas.
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Um especialista em Assuntos Europeus não percebe a posição do Governo de que as entidades internacionais envolvidas no resgate a Portugal devem negociar directamente com as forças partidárias.
Ouvido pela TSF, João Pedro Simões Dias lembrou que as entidades comunitárias, como a Comissão Europeia e Conselho Europeu, não têm por hábito negociar ou relacionar-se com «partidos políticos ou parceiros sociais».
«Relacionam-se no plano institucional com governos dos Estados e portanto penso que não faz qualquer sentido que o Governo, que tem o monopólio exclusivo da condução da política externa, delegue ou queira repartir uma parte dessa competência constitucional com o que são actores da vida política interna nacional», adiantou.
O secretário-geral do PSD também entende que esta posição do Governo não faz sentido, uma vez que o «FMI e o BCE negoceiam com Governos e Estados».
«Para o bem ou para o mal, Portugal tem um Governo. Está em gestão. Sei que o Governo há muito tempo não quer assumir as suas responsabilidades. Para além de insensível é muito irresponsável», acrescentou Miguel Relvas.