O ministro das Finanças avisa a oposição que terá de negociar as contrapartidas para o resgate financeiro da economia portuguesa com a Comissão Europeia e não com o PS.
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A propósito das medidas que serão exigidas a troco deste resgate, Teixeira dos Santos revelou, no final de uma reunião informal dos ministros das Finanças dos 27, que os trabalhos da oposição não são com o Governo.
«Quem tem que negociar com a oposição não é o Governo, mas as partes envolvidas do lado europeu: o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI)», disse o ministro das Finanças.
No entender do governante, «são estas entidades que têm que negociar com os partidos políticos, porque o compromisso que tem de ser assumido não é perante o Governo mas perante estas entidades internacionais».
Questionado pelos jornalistas, Teixeira dos Santos não quis comentar o montante de 80 mil milhões de euros apontados para resgatar a dívida portuguesa.
«A Comissão tem essa estimativa. É um número de referência para a Comissão», acrescentou o ministro das Finanças, que confirmou a realização de uma avaliação técnica às contas nacionais na próxima semana.
Teixeira dos Santos falava na sequência de um encontro nos arredores de Budapeste no qual foi formalizado o socorro à dívida portuguesa, reunião que o ministro das Finanças considerou ter sido «muito positivo».