O Conselho de Administração da Espírito Santo Saúde considera que a Oferta Pública de Aquisição anunciada pelo Grupo Ángeles «é aceitável», embora «possa não refletir a totalidade de um potencial prémio de controlo».
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No relatório sobre a Oferta Pública de Aquisição (OPA) voluntária anunciada pelo grupo mexicano, hoje divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Conselho de Administração da Espírito Santo Saúde (ESS) afirma que «é da opinião de que a oferta é aceitável, uma vez que se enquadra nos critérios de valorização do mercado, embora possa não refletir a totalidade de um potencial prémio de controlo».
«O valor oferecido de 4,30 euros é aceitável, embora possa não refletir totalmente o valor potencial e intrínseco da ESS no longo prazo», acrescenta o Conselho de Administração que reconhece, contudo, que a oferta «poderá ser geradora de valor».
A administração lembra que a ESS é maioritariamente detida por sociedades do Grupo Espírito Santo (GES), estando «atualmente numa situação de indefinição relativamente ao futuro dos seus acionistas de controlo» e afirma que a conclusão com sucesso da oferta «afigura-se um meio para a obtenção da necessária estabilidade acionista» da empresa portuguesa.
O sucesso da OPA permitirá, lê-se no relatório, que a ESS possa retomar a sua gestão estratégica de médio e longo prazo, «através da continuação do desenvolvimento dos seus planos de expansão já anunciado», bem como a «normalização da relação com os vários stakeholders [intervenientes], em particular o regresso sem restrições ao mercado financeiro».
A ESS considera também que a conclusão bem-sucedida da OPA «não implicará um movimento de concentração de empresas», uma vez que não vai alterar «o atual cenário de liberdade de escolha dos trabalhadores e clientes/pacientes», assegurando a «manutenção do equilíbrio atual do mercado ao nível das seguradoras / sistemas de saúde / pagadores e dos fornecedores e Estado».
A administração da ESS salienta também que o Grupo Ángeles não tem presença empresarial na Europa, pelo que uma eventual aquisição de controlo não deverá «gerar consequências disruptivas com impacto para os vários 'stakeholders' do setor, nomeadamente, trabalhadores e seguradoras/sistemas de saúde/pagadores».
A ESS considera ainda que existe um «alinhamento estratégico significativo» entre o grupo mexicano e a empresa portuguesa, uma vez que ambos «focam a sua atuação no mesmo conjunto de princípios orientadores, bem como dispõem de uma visão de crescimento do negócio idêntica».