A esquerda criticou, esta sexta-feira, o aumento anunciado da luz e do gás, acusando o Governo de penalizar sempre os mesmos sem apresentar praticamente nenhuns cortes na despesa.
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O Governo anunciou, esta sexta-feira, um aumento da taxa do IVA sobre a electricidade e o gás natural da taxa reduzida (seis por cento) para a taxa normal (23 por cento), a partir de Outubro. Com esta medida, o Executivo espera ter um receita adicional de cerca de 100 milhões de euros ainda este ano.
Em declarações à TSF, o deputado socialista João Galamba acusou o Governo de apostar num «aumento brutal da receita», frisando que esta medida «não era exigida no memorando» assinado com a "troika.
O socialista mostrou-se muito preocupado com esta medida «extremamente injusta», alertando que vai levar a uma redução do consumo e a um aumento da recessão. Trata-se de um «rombo muito significativo» no orçamento das famílias e na «actividade económica do país», reforçou.
João Galamba acusou ainda a maioria PSD/CDS de não cumprir o que prometeu no que se refere aos cortes na despesa.
Albano Nunes, do PCP, concluiu que com o aumento do IVA na luz e no gás mais de 400 milhões de euros são retirados aos bolsos do portugueses.
Esta é mais uma medida, «a juntar a tanta outras», como o imposto extraordinário de Dezembro, a «facilidade dos despedimentos» e o aumento dos preços dos transportes, que «estão a empobrecer o país e a comprometer o seu desenvolvimento», criticou.
Cecília Honório, do BE, concordou que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, «foi mais rápido do que a "troika" a avançar com novas medidas de austeridade», aplicando um «aumento brutal» nos preços da luz e do gás.
Trata-se de um «novo assalto aos bolsos das famílias que já estão verdadeiramente estranguladas com os efeitos da crise e com o aumento dos impostos», sublinhou.
A bloquista criticou ainda o facto de «nem o senhor ministro das Finanças nem a avaliação da "troika"» falarem «sobre o que é urgente para o desenvolvimento da economia do país», sobre políticas do emprego, para além de quse não falarem sobre «as gorduras do Estado».
«A continuidade da cegueira da austeridade» cai sempre sobre os mesmos, concluiu.