Francisco Madelino, que até há pouco tempo era presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), alertou que acumular o salário com o subsídio de desemprego não cria emprego.
Corpo do artigo
A ideia consta da proposta que o Executivo entregou aos parceiros sociais e que visa tornar mais fácil o regresso ao mercado de trabalho.
«As pessoas são obrigadas a aceitar ofertas de emprego dentro de determinadas limites», como tempos de deslocação e encargos pagos, sendo que «a partir dos seis meses são praticamente obrigadas a aceitar a proposta da empresa», explicou, considerando que é possível tornar estas variáveis «mais exigentes».
Contudo, advertiu, «o principal problema no mercado de trabalho é que não há emprego».
O conjunto de ofertas não satisfeitas nos centros de emprego está próximo das dez mil e existem perto de sete mil pessoas sem trabalho, disse.
Francisco Madelino alertou ainda que a acumulação do subsídio de desemprego com o salário pode contribuir para ordenados cada vez mais baixos, com as empresas a aproveitarem o facto de os trabalhadores receberem do Estado e a não fazerem a devida actualização quando terminado o período do subsídio.
Francisco Madelino acrescentou, contudo, que há formas de «anular os efeitos negativos» dessa medida.
Todavia, vincou o antigo presidente do IEFP, «só se cria mais emprego se houver crescimento económico».