Objetivo do Governo está comprometido pela desaceleração das exportações e a diminuição do investimento.
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Em junho, Mário Centeno já tinha admitido a necessidade de rever as previsões de crescimento para este ano, mas agora o cenário torna-se cada vez mais provável.
O objetivo que o executivo inscreveu no Orçamento do Estado e manteve na apresentação do Programa de Estabilidade, de a economia crescer 1,8%, muito dificilmente será atingido no final do ano. A TSF sabe que o comportamento negativo das exportações e do investimento estão a comprometer o crescimento económico.
A procura externa têm um terço da responsabilidade. As empresas nacionais não perderam quota de mercado, reorientaram o foco exportador para mercados europeus em detrimento de mercados como Angola e Brasil, mas isso não evitou que estejam a exportar menos. Já o investimento, que também assume boa parte dessa responsabilidade, continua a cair refletindo a desaceleração registada na procura externa.
Na semana passada, em entrevista à TSF, o líder parlamentar do PS, Carlos César, admitia ser "possível que as nossas previsões não se venham a confirmar".
A meta desenhada pelo executivo para o comportamento da economia tem sido considerada otimista ficando abaixo das estimativas das principais instituições financeiras internacionais e nacionais: a Comissão Europeia e o Banco de Portugal antecipam que o PIB português cresça 1,5%, enquanto o Fundo Monetário Internacional prevê que avance no final do ano 1,4%.