
Christine Lagarde
Reuters
A directora-geral do FMI advertiu, este sábado, que a evolução da economia nas últimas semanas é negativa e que a crise está «em vias de afectar igualmente as economias emergentes».
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«A situação económica não melhorou» desde a reunião do G20 de há três semanas, em Washington, e as «perspectivas de riscos» tornaram-se «mais sombrias», declarou Christine Lagarde, citada pela AFP, à saída da reunião em Paris dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20.
De acordo com a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, a situação económica «fraca» das economias avançadas está «em vias de afectar também os países emergentes».
«Sabemos que ao longo das três semanas, desde Washington, as inquietações não diminuíram», disse também o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, citado pela AFP.
Lagarde, que considerou em Washington que os recursos do FMI fariam uma «fraca figura» se a crise se agravasse ainda mais, recusou-se este sábado a precisar em que montante suplementar deviam os recursos da instituição ser reforçados, remetendo a questão para a cimeira do G20 em Cannes nos próximos dias 3 e 4 de Novembro.
«O que é indispensável é que os recursos do FMI sejam adequados para fazer face às necessidades dos seus membros em função das circunstâncias económicas», declarou a responsável pelo FMI.
Lagarde também recusou elaborar sobre a necessidade de os bancos europeus reforçarem os capitais próprios, manifestando-se apenas «satisfeita» com a «tomada de consciência ao nível europeu da necessidade» de reforço.
Trata-se de «prever almofadas de amortecimento para reforçar a resistência dos bancos e de os confortar no seu papel de financiamento da economia», sublinhou Lagarde.
O FMI, indicou ainda a sua directora-geral, apresentará na cimeira de Cannes uma «proposta específica» sobre os «instrumentos de precaução, mais flexíveis e de mais curto prazo para ajudar os países em boa situação económica mas vítimas da crise».