No Fórum TSF, Pedro Ferraz da Costa explicou que a situação em relação aos despedimentos na Europa é bem diferente da de Portugal e criticou sindicatos e patrões.
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O presidente do Fórum para a Competitividade considerou que Portugal só tem a ganhar se forem aplicadas as alterações aos despedimentos por justa causa, que estão a ser discutidas, esta quinta-feira, na Concertação Social.
No Fórum TSF, Pedro Ferraz da Costa lembrou que a «maior parte dos países europeus ou nem têm indemnizações por despedimento ou têm sistemas muito mais simples em termos legais e ainda mais simples em termos jurisdicionais».
«Os problemas em Portugal ainda por cima sofrem de uma elevada incerteza jurídica porque se arrastam durante anos em tribunal e os juízes do Tribunal de Trabalho decidem a favor do trabalhador em circunstâncias perfeitamente incompreensíveis», adiantou.
Para Ferraz da Costa, «há uma militância generalizada que foi criada na sociedade portuguesa praticamente desde o 25 de Abril, em que quem quer despedir é um malandro e quem vai ser despedido é um desgraçado».
«Da minha experiência de mais de 45 anos de trabalho, não é assim. Acho que todos ganhávamos, (empresas e trabalhadores que, na maioria, querem progredir na sua carreira profissional) se fosse mais fácil distinguir entre os bons e os menos bons», frisou.
Pedro Ferraz da Costa entende ainda que a CGTP «é uma arma de agitação do PCP e portanto defendem a agenda do partido e não os interesses dos trabalhadores».
«A UGT é quase impossível de entender, mas se eles defendessem o trabalho tinham com certeza posições diferentes. Temos hoje aqui uma discussão social que está completamente inquinada pelos parceiros», acrescentou.
O presidente deste fórum não teve ainda dúvidas em lançar críticas também aos patrões por «não se conseguirem pôr de acordo em relação a uma estratégia».
«Cada um tem os seus objectivozinhos parcelares e da parte sindical defendem não os empregos do sector produtivo, mas fundamentalmente a Função Pública», concluiu.