Governador do BdP suspeitou de fuga de informação sobre resolução do BES, revela Carlos Tavares
O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Carlos Tavares, revelou hoje que o governador do Banco de Portugal suspeitou, a 1 de agosto, de uma fuga de informação sobre resolução do Banco Espírito Santo.
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O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) revelou que teve uma conversa ao telefone com Carlos Costa a 1 de agosto, antes de suspender as ações do Banco Espírito Santo (BES), e foi o governador do Banco de Portugal (BdP) que lhe disse que era melhor atuar porque suspeitava de fuga de informação.
Carlos Tavares estava a ser questionado pelo deputado Miguel Tiago do PCP sobre o motivo que não levou a CMVM a atuar mais cedo, assim que detetou a queda abruta das cotações das ações do BES e se registou uma negociação particularmente intensa.
Foi quando o presidente da CMVM diz que foi alertado pelo governador do Banco de Portugal quase duas horas antes do fecho da bolsa. Carlos Tavares diz que foi ver a negociação e precisou de mais elementos antes de decidir suspender a negociação.
Os deputados ficaram incrédulos com a revelação. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, registou a contradição. É que a versão de Carlos Tavares não coincide com a versão de Carlos Costa.
Entre o primeiro telefonema e a suspensão, demorou cerca de meia hora. Carlos Tavares diz que teria sido prudente interromper a negociação mais cedo, se a CMVM tivesse tido mais informação.