O Governo advoga que este novo regime apresenta vantagens a nível a nível da gestão e desencoraja acções coordenadas de saldos. A oposição diz que a medida beneficia as grandes cadeias de distribuição.
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O secretário de Estado Adjunto da Economia assinalou as vantagens da liberdade de calendário para os saldos, proposta que o Governo apresentou no Parlamento junto com a liberalização dos horários do comércio e restauração e a hipótese de as IPSS entrarem no negócio das funerárias.
«O novo regime permite a liberdade de escolha e promove a concorrência, agiliza uma mais eficiente gestão de inventário de stocks e a melhor gestão consequente do balanço de tesouraria das empresas e negócios e desencoraja as ações coordenadas de saldos», acrescentou Leonardo Matias.
Hortense Martins, do PS, duvida dos méritos deste novo regime e disse mesmo que este «parece beneficiar sobretudo as grandes cadeias que poderá mesmo ter um efeito predador relativamente aos pequenos comércios e às micro e pequenas empresas».
Leonardo Matias questionou-se sobre se faz sentido uma cabeleireira que quer trabalhar uma hora a mais pagar 125 euros, mas o PCP perguntou se também fazia sentido uma grande superfície passar a poder funcionar 24 horas por dia.
«Falam de saldos e promoções como se a capacidade económica de uma microempresa fosse a mesma de uma cadeia multinacional de grande distribuição», sublinhou o deputado Bruno Dias.
Os comunistas aproveitaram ainda para lembrar que a maioria chumbou a possibilidade de as associações mutualistas realizarem funerais apenas a sócios, mas agora abrem a hipótese de as IPSS entrarem neste ramo.