O Ministério espanhol da Economia acrescentou que será feita uma operação para converter um empréstimo do Estado feito há dois anos no valor de 4500 milhões de euros em ações.
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O Bankia, que nasceu no final de 2010, é o resultado da fusão de sete instituições financeiras regionais espanholas e um dos maiores bancos do país. Aliás, é aquele em que o imobiliário mais pesa nas contas.
Analistas citados pela BBC falam em qualquer coisa como 300 mil milhões de euros que estão a sufocar os livros de contabilidade do Bankia, cujas contas de 2011 terão sido inflacionadas de forma artificial.
A bolha imobiliária no país vizinho rebentou com o início da crise financeira, desvalorizando centenas de milhares de casas, com o impacto negativo previsível nos balanços dos bancos.
O crédito malparado em Espanha atinge 184 mil milhões de euros, cerca de 18 vezes mais do que em Portugal. Por outro lado, o PIB de Espanha é sete vezes superior ao português, o que demonstra a dimensão relativa do problema espanhol, muito mais grave aquele que acontece do lado de cá da fronteira.
Logo à nascença, em 2010, o Bankia foi alvo de uma espécie de resgate, o tesouro de Madrid emprestou 4500 milhões de euros à instituição.
Os rumores primeiro, e notícias depois, em torno da possibilidade do estado converter esses 4500 milhões de euros em capital, nacionalizando parte do banco, levaram à demissão do anterior presidente executivo da casa financeira.
No ano passado, o Bankia protagonizou um episódio insólito deu os passes de Cristiano Ronaldo e de Káká, jogadores do Real Madrid, como garantia para conseguir financiamento junto do Banco Central Europeu (BCE).
Esta história começa em 2009, altura em que, para comprar os passes dos dois galácticos, o clube da capital espanhola pediu dinheiro a uma das instituições que viriam a constituir o Bankia, que depois usou esse ativo como colateral.
Se a garantia for executada, Mario Draghi e Vítor Constâncio passam a contar com um jogador de peso na equipa do BCE. Não é no entanto certo que Cristiano Ronaldo consiga dar um pontapé na crise