As contas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que serve de suporte ao Parlamento, apontam para um valor ligeiramente abaixo do objetivo definido pelo Governo. Um valor que não contabiliza medidas extraordinárias, nem o eventual impacto de uma venda menos feliz do Novo Banco.
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Os técnicos da UTAO dizem que, com os dados disponíveis, o valor do défice, em contabilidade nacional, deverá ficar nos 3,7% do PIB, uma décima abaixo da meta definida pelo executivo, e 1,4 pontos percentuais baixo do défice de 2013. Este será o valor limpo de efeitos extraordinários.
Se juntarmos 1 ponto percentual dessas medidas extraordinárias (e só a entrada da dívida da Carris e da STCP no perímetro orçamental vale 0,7% do PIB) o défice deverá ficar nos 4,7%.
De qualquer forma, o que conta para o esforço de consolidação deste ano são os tais 3,7% do PIB. Será esse o ponto de partida para este ano, ou seja, 1 ponto percentual de esforço para chegar à meta prevista de 2,7%.
Neste relatório a que a TSF teve acesso, a UTAO deixa claro que não está considerado qualquer impacto da subscrição do capital do Novo Banco pelo Fundo de Resolução.
Os técnicos argumentam que ainda não é possível antecipar o efeito final sobre o défice de 2014, e que esse impacto vai depender do valor e da data de venda do Novo Banco. No pior dos cenários, esta operação pode agravar o défice de 2014 em 2,8 pontos percentuais do PIB.