A Grécia vai enfrentar «uma catástrofe» se o seu sistema bancário não for salvo, considerou hoje o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaüble, na véspera de terminar o prazo para a operação de troca de dívida pública grega.
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«Se não conseguirmos salvar o sistema financeiro na Grécia, isso seria uma catástrofe para a população grega», afirmou Schaüble perante uma audiência de estudantes do Instituto Universitário Europeu, perto de Florença, em Itália, onde está de visita.
«Podemos interrogarmo-nos sobre se a Grécia não tomou uma má decisão ao juntar-se à moeda única europeia», afirmou o ministro alemão, acrescentando que foi Atenas que quis e que permitiu baixar as taxas de juro no país.
Para Schaüble, hoje, «toda a gente sabe que as verdadeiras causas dos problemas da Grécia e dos gregos vêm da Grécia e da sociedade grega, não do estrangeiro».
Quinta-feira é a data limite para as instituições privadas - bancos, seguradoras e fundos - dizerem se aceitam ou não participar no programa de troca de títulos imposto pelos credores internacionais de Atenas para desbloquear um novo apoio financeiro, de 130 mil milhões de euros.
Este programa prevê a retirada de cerca de 100 mil milhões de euros do total da dívida da Grécia (360 mil milhões de euros), reduzindo a dívida dos 160 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) previstos para 2020 para 120 por cento.
O governo grego estabeleceu uma taxa de participação de 75 por cento como mínimo para prosseguir com a operação em que os investidores vão perdoar 53,5 por cento dos títulos que detêm e trocar os restantes por novos títulos do governo grego a mais longo prazo e ainda por títulos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).