O presidente do Novo Banco disse esta tarde na comissão de inquérito garante que não vai desistir nem «atirar a toalha ao chão» na resolução dos problemas deixados pelo colapso do BES. Eduardo Stock da Cunha disse que a questão dos clientes lesados é uma questão central, mas acredita que vai ser possível resolver.
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Eduardo Stock da Cunha esteve toda a manhã (até às 13:30) a responder às questões colocadas pelos deputados que integram a comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, tendo já terminado a sua audição.
Stock da Cunha garantiu que não recebeu qualquer indicação por parte do Governo sobre a posição que o Novo Banco devia ter na assembleia geral que decidiu a venda da PT. Aliás, nem indicação de sentido de voto, nem sequer manteve conversas a este nível com o executivo.
Stock da Cunha revelou que teve apenas uma única conversa sobre este assunto com o Banco de Portugal (BdP) e não foi para pedir conselhos, foi para transmitir uma decisão. «Nós não suscitámos a questão, conversámos com o BdP, o BdP perguntou umas horas antes se nós nos importávamos de dizer qual era o nosso sentido de voto, dissemos que de maneira nenhuma e pronto», afirmou.
O presidente do Novo Banco disse que a decisão foi tomada exclusivamente pelo Conselho de Administração.
Perante as perguntas de Bruno Dias do PCP, Stock da Cunha revelou que teve um encontro com o CEO da Altice para partilhar algumas preocupações. O Novo Banco decidiu depois o sentido de voto favorável à venda da PT Portugal à Altice e Stock da Cunha acha que foi a decisão certa.
A audição ficou marcada pela preocupação quanto ao futuro dos investidores em papel comercial. Stock da Cunha deixou uma garantia: «No dia em que eu atirar a toalha ao chão e desistir, eu di-lo-ei. É uma situação que exige tempo, que se faça as contas uma a uma e que é muito difícil de resolver. Está tudo perdido? No dia e que estiver tudo estiver perdido eu di-lo-ei. Eu acho que não».
Esta manhã, Stock da Cunha garantiu ainda que o Novo Banco já saiu dos cuidados intensivos. Em termos de liquidez está a níveis razoáveis mas ainda está na sala de observações.
O presidente do Novo Banco revelou que a instituição recuperou quatro mil milhões de euros em depósitos desde que atingiu o ponto mais baixo, no início de outubro de 2014.