A Irlanda admite precisar pelo menos de um programa cautelar para ajudar na transição do programa da 'troika' que acaba em novembro, e a Comissão Europeia admite que irá discutir essa questão na reunião do Eurogrupo de novembro.
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Segundo um porta-voz do Ministério das Finanças da Irlanda, citado pelo jornal económico alemão Handelsblatt, tanto o ministro das Finanças irlandês como o instituto que gere a dívida pública do país entendem que pelo menos um programa cautelar seria útil para servir de garantia aos mercados.
«Estamos a avaliar todas as opções que permitam um regresso total e duradouro aos mercados, em condições acessíveis», afirmou ainda o representante do Ministério das Finanças da Irlanda.
O jornal alemão avança que as negociações continuam com a 'troika', sendo que o programa irlandês tem fim marcado para a parte final deste ano, daí os responsáveis irlandeses estarem já a pensar no regresso pleno aos mercados em janeiro de 2014.
A existência desta rede de segurança pedida pelos irlandeses «seria positivo para os mercados», dizem os responsáveis.
Contactado pelo Handelsblatt, um porta-voz do comissário europeu, Ollie Rehn confirmou em Bruxelas que o Eurogrupo vai discutir e avaliar o caminho a seguir no caso irlandês em novembro, por altura das reuniões mensais dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia.
O presidente do Eurogrupo já tinha admitido que a Irlanda seria ajudada na transição para o financiamento pleno nos mercados de dívida após o fim do programa de assistência.
Um programa cautelar do novo Mecanismo Europeu de Estabilidade deixaria não só à disposição das autoridades europeias alguns milhares de milhões como imporia condições (ainda que mais ligeiras) como as aplicadas nos atuais programas da 'troika'.
Essas garantias são o necessário para que se possam qualificar como para o novo programa de compra de dívida do Banco Central Europeu, o Outright Monetary Transactions (OMT), que apesar de já ter sido criado ainda não foi utilizado.