
Madeira
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Depois da apresentação do plano de resgate, Alberto João Jardim foi elogiado pelo PSD, mas as reacções socialistas e comunistas criticam a elevada factura que vai empobrecer a região.
O Governo Regional vai receber 1500 milhões de euros do Estado, num empréstimo que vence em 2031, mas a Madeira só tem de começar a pagar daqui a quatro anos.
O acordo, revelado esta sexta-feira por Alberto João Jardim, merece a reprovação de todos os partidos da oposição.
O líder do PS/Madeira, Vítor Freitas, diz que o arquipélago vai mergulhar no caos económico e social.
«Face aquilo que é a sua economia, com este plano de austeridade apresentado hoje, a Madeira vai mergulhar num caos económico e social. Hoje vimos o presidente do Governo, o rosto do fracasso. Ele assumiu hoje a capitulação da autonomia regional e lançou sobre todos os madeirenses sacrifícios insuportáveis», contestou.
Pelo CDS/Madeira, José Manuel Rodrigues também dá como certo que com este plano os madeirenses vão ficar mais pobres.
«Este plano é claramente negativo e vai ser insuportável para a Madeira e para os madeirenses. O plano negociado assenta, sobretudo, num brutal aumento dos impostos que vai aprofundar a recessão económica, geral mais desemprego e pobreza. Era possível ter feito um plano onde se cortasse nas despesas inúteis, nos desperdícios sem qualquer justificação, em obras sem qualquer utilidade, e assim evitar esta subida de 25 por cento da carga fiscal na Madeira», defendeu
«Não foi este o caminho escolhido, e o que vamos ter é algum liquidez nos cofres públicos e muito escassez nas empresas e nas famílias», rematou José Manuel Rodrigues.
O dirigente da CDU/Madeira, Edgar Silva, vê este plano de ajuda financeira como uma declaração de rendição de Alberto João Jardim.
«Corresponde a todo um esforço para disfarçar as directas responsabilidades de Alberto João Jardim na destruição da região. E para além de ser uma declaração de rendição, também concluiu toda uma longa novela de fingimento de quem quis fazer crer que estaria contra o acordo e que estaria a resistir. É a confirmação de um gravíssimo programa de agressão que irá impor ao povo da região um programa de empobrecimento», criticou Edgar Silva.
«O efeito destas medidas corresponderá a um verdadeiro diluvio. É um programa que em nada irá permitir acudir às gravíssimas dificuldades da região, mas que contribuirá para impor ainda mais dificuldades e injustiças», alertou.
Para o Bloco de Esquerda, pela voz da deputada Catarina Martins, este é o remate do que foi uma farsa.
«É o cair da máscara do que foi a campanha eleitoral. Porque antes da campanha percebeu-se que havia já um desvio enorme nas contas da Madeira, Alberto João Jardim repetiu que seria possível sobreviver a esta austeridade, sabemos que é mentira e que a população da Madeira terá agora uma austeridade agravada», lembrou.
O PSD fica isolado nos elogios. O deputado Guilherme Silva diz que o resultado é equilibrado.
«Foi devia estudado e ponderado quanto à necessidade da região e às possibilidades da República, que temos que ter presente que está a atravessar grandes dificuldades, e naturalmente que há uma identificação das necessidades da região, bem superior por um prazo de quatro anos, só que as fontes de financiamento da região não só apenas os empréstimos, mal seria, tem receitas próprias, fontes de transferência do Estado», declarou.