Dívida triplicou em 15 anos. Juros custam o dobro.
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É um lastro que o país irá carregar durante décadas. Os défices sucessivos obrigaram à emissão de cada vez mais dívida - e ao respetivo pagamento de juros, cuja acumulação encareceu as emissões seguintes. O ciclo vicioso da dívida levou a que essa rubrica das contas públicas tenha hoje uma dimensão equivalente aos gastos em saúde: no ano passado o país gastou nela mais de 8 mil milhões de euros, ou 4,7% do PIB. Mas não foi sempre assim: em 2001, os juros custavam pouco mais de 4 mil milhões - 2,4% do PIB.
Entre 2001 e 2004 há mesmo uma redução, lenta mas contínua, dos gastos em juros. Os 4,06 mil milhões de 2001 foram progressivamente diminuídos para 3,89 mil milhões em 2004 (2,3% do PIB).
Dívida subiu a pique
A subida dos juros pagos todos os anos pelo país reflete a evolução do valor total da dívida pública, que triplicou desde o início do século. Em 2001, o país devia pouco mais de metade da riqueza que produziu nesse ano. No final de 2015 o valor fixou-se em 128,9% do PIB.
Foi entre 2008 e 2012 que se deu o aumento mais acentuado do stock da dívida. O período coincide, num primeiro momento, com a política expansionista (de combate à crise financeira de 2008) orientada por Bruxelas, e num segundo, com o empréstimo da troika.