Depois de se terem manifestado várias vezes em dependências do Novo Banco, "lesados" aceitam que o banco liderado por Stock da Cunha não seja responsabilizado no pagamento do papel comercial.
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A Associação dos Lesados do Banco Espírito Santo não sabe quando é que vai receber nem quem vai pagar o valor investido em papel comercial do Grupo Espírito Santo. Além de tecerem rasgados elogios ao primeiro-ministro António Costa e ao governador do Banco de Portugal Carlos Costa, a Associação que representa os investidores do papel comercial mostra-se disponível para encontrar uma solução que resolva o problema que surgiu após a resolução do antigo Banco Espírito Santo.
O Governo, o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Associação Indignados e Enganados do Papel Comercial assinaram um memorando que prevê que seja encontrada uma solução de consenso no prazo de um mês. O Novo Banco não será chamado a assumir qualquer pagamento aos investidores de papel comercial, algo que tem sido defendido pelo Banco de Portugal e que "os lesados" agora concordam.
"Compreendemos porque o Novo Banco está à venda e portanto respeitamos que se desonere o banco de uma forma direta", explica Nuno Lopes Pereira, dirigente da Associação Indignados e Enganados do Papel Comercial.
O memorando prevê que a solução terá de ser encontrada até ao inicio de maio. O dirigente da associação dos "lesados" assume que a esta distância ainda há duvidas sobre se o banco mau (o banco que reúne os ativos do antigo BES considerados tóxicos) tem liquidez para assumir os compromissos e quando é que os valores serão pagos.
Sem detalhar Nuno Lopes Pereira admite que "o dinheiro poderá vir de fontes adicionais ao próprio BES" embora "tudo indique que não seja [utilizado] dinheiro dos contribuintes".
Ainda assim a Associação Indignados e Enganados do Papel Comercial considera positiva a assinatura deste memorando de entendimento.